"O vagabundo que bate na mulher não precisa votar em mim", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a solenidade de entrega da Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB) a professores, na manhã de quarta-feira, 3, no Centro de Eventos, em Fortaleza. Lula cumpriu agendas na Capital e no Município de Horizonte, distante 40 quilômetros de Fortaleza. A fala dedicada ao feminicídio foi uma das mais longas e a mais enfática durante a passagem pelo território cearense.
O presidente lembrou de recentes casos de violência contra a mulher no País e disse que vai puxar um movimento "dos homens que prestam". "Vou liderar um movimento, conversar com todos os poderes. Nós, homens que temos caráter, que tratamos as mulheres com respeito, não podemos aceitar que alguém ligado a gente seja violento com a mulher".
"Isso é burrice, maldade, cretinice. E nós homens precisamos nos colocar contra essse tipo de homem. Não tem punição para gente punir um safado que bate na mulher", complementou.
O presidente lembrou das palavras da mãe, que, segundo contou, foi embora de casa quando o pai, ao querer bater em Lula, a atingiu com uma mangueira. "Ela não mendigou por um prato de comida para meu pai", destacou.
E complementou: "Ninguém é obrigada a morar com ningém. A mulher não é orbigada a morar com você porque você gosta dela, é preciso saber se ela gosta. Amor é uma coisa de dois, não é só um".
Na véspera, o presidente já havia endurecido o discurso contra o feminicídio, ao dizer que "até a morte é suave" para quem comete esse tipo de crime.
Lula abordou ainda, no discurso em Fortaleza, as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele destacou que o Ministério da Previdência Social devolveu os valores a 3,9 milhões de pessoas. “Só aqui no Ceará, 205 mil aposentados e pensionistas já receberam a sua aposentadoria. Se tiver mais gente que foi roubada, vai receber", afirmou.
“A gente só vai sossegar quando colocar quem roubou na cadeia e colocar o patrimônio na União", completou.