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O Congresso, a anistia e o despertar das ruas
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Politica

O Congresso, a anistia e o despertar das ruas

Partidos de esquerda. Pauta definida
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Assim como em várias cidades brasileiras, Fortaleza teve neste domingo uma manifestação própria contra o PL da Dosimetria. Reunidas na Avenida Beira-Mar, muitos cearenses protestaram contra a decisão da Câmara dos Deputados de reduzir as penas dos envolvidos nos atos golpistas que se seguiram às eleições de 2022.

Para os manifestantes, estava claro que a chamada dosimetria soou como tentativa disfarçada de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. "Sem anistia" e "Congresso inimigo do povo" foram os gritos mais recorrentes entoados.

Mesmo com organização frágil e convocação feita praticamente às vésperas, quem esperava um protesto significativamente menor do que o realizado durante a tramitação da chamada PEC da Blindagem acabou surpreendido. O volume de pessoas foi bastante semelhante, ao menos aos olhos de quem acompanhou ambas as mobilizações.

Decisões recentes do Congresso, especialmente da Câmara, produziram dois efeitos perceptíveis: maior atenção da população ao posicionamento de parlamentares e o reacendimento do inconformismo em setores do campo progressista. Nos últimos anos, grandes manifestações haviam se associado majoritariamente à direita.

À luz dos fatos recentes — como a rejeição unânime, no Senado, da PEC da Blindagem após sua aprovação na Câmara —, o recado que começa a se consolidar é que aceitar passivamente decisões dos engravatados do Distrito Federal deixou de ser, para muitos, alternativa aceitável. (Marcelo Bloc)

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