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Eduardo Bolsonaro e Ramagem reagem após serem cassados
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Eduardo Bolsonaro e Ramagem reagem após serem cassados

Ato da Mesa Diretora cassou o mandato dos deputados
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EDUARDO Bolsonaro e Alexandre Ramagem estão nos EUA e foram cassados (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados e  Valter Campanato/Agência Brasil)
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados e Valter Campanato/Agência Brasil EDUARDO Bolsonaro e Alexandre Ramagem estão nos EUA e foram cassados

O ex-deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que teve o mandato cassado nesta quinta-feira, 18, pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, afirmou nas redes sociais que a decisão foi resultado de uma "canetada". Ramagem disse ainda que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), atua como "subordinado de um ministro ditador".

Em vídeo publicado na rede social X, Ramagem afirmou que a cassação ocorreu "por pura covardia" e sem respaldo nas regras internas do Legislativo. "O presidente da Câmara dos Deputados cassou o meu mandato na canetada pela Mesa da Casa por pura covardia. Uma decisão que não respeitou os regramentos da própria Câmara, nem a vontade do voto em plenário, muito menos obedeceu ao texto claro da Constituição".

O ex-parlamentar também acusou Motta de agir sob influência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. "Um boneco, uma marionete nas mãos de um ministro do STF", afirmou.

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Jair Bolsonaro (PL), Ramagem perdeu o mandato em razão de condenação no STF por participação na tentativa de golpe de Estado. A decisão também o torna inelegível e o afasta do cenário eleitoral.

Já o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que considera a cassação de seu mandato uma "medalha de honra". Em vídeo publicado nesta quinta-feira, 18, nas redes sociais, ele disse que valeu a pena ter permanecido nos Estados Unidos e que perdeu o cargo por fazer "exatamente o que os eleitores esperam". A Mesa Diretora da Casa cassou o mandato de Eduardo por faltas.

"Deixo o meu muito obrigado a todos que sempre me apoiaram aqui nas redes sociais. Ainda que haja aqueles que digam que eu estou nos Estados Unidos por opção, eu digo a vocês: valeu a pena ter levado consequências reais a esses ditadores. Para mim, o que fica é uma medalha de honra", afirmou o ex-parlamentar.

Eduardo Bolsonaro também disse ter atingido seu objetivo ao conseguir formar uma bancada numerosa na Câmara dos Deputados, mesmo com deputados, antes aliados, votando pela cassação de seu mandato. Segundo ele, continuará sendo a mesma pessoa, porque o que mantém seus seguidores fiéis não são "um diploma na parede".

"Tenho certeza de que essa história ainda não acabou. Ainda durante as eleições de 2022, eu pedia votos para outros candidatos a deputado federal por São Paulo para fazer uma bancada grande. Eu atingi o meu objetivo, porque jogo para o grupo. Tenho certeza de que fiz o certo, mesmo sabendo que deputados que não seriam eleitos por outro partido votaram para cassar o meu mandato", afirmou.

Motta foi para evitar "novo estresse institucional"

Hugo Motta disse que a decisão de cassar o mandato de Ramagem por decisão da Mesa Diretora, e não por voto do Plenário, foi tomada pelos líderes da Casa para evitar um "novo episódio de conflito e de estresse institucional".

"Para evitar um novo episódio de conflito e de estresse institucional, houve uma decisão aqui, capitaneada pelos líderes, de que pudéssemos decidir isso pela Mesa", afirmou.

Motta lembrou que tinha decidido inicialmente que o Plenário decidisse no voto se cassaria os mandatos de Carla Zambelli (PL-SP), foragida e presa na Itália, e Ramagem, também foragido, nos EUA, após ter sido condenado a 16 anos e um mês de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No entendimento do presidente da Câmara, estando fora do Brasil como está agora, Ramagem não poderia cumprir o mandato, e estando no Brasil também não poderia cumprir a função, já que teria de cumprir a pena de prisão.

Apenas o caso de Zambelli foi a plenário, num duplo revés para Motta. O plenário votou o caso dela e se Glauber Braga (Psol-RJ), que expulsou aos chutes um ex-militante do Movimento Brasil Livre (MBL), deveria ter o mandato cassado.

A expectativa era que os dois perdessem o mandato, mas a noite terminou com Glauber tendo a cassação trocada por seis meses de suspensão, e a rejeição da cassação de Zambelli.

"Nunca é um tema que nos agrada. Muito pelo contrário, é um tema que sempre traz sempre algum nível de constrangimento. Ninguém se sente feliz em estar cassando ou punindo o colega, mas infelizmente é da nossa função enfrentar os temas que estão sob a Mesa", disse Motta. "Decidi enfrentar esses pontos para que eles não se arrastassem para o ano que vem com problemas que não fariam bem ao dia a dia da nossa convivência na Casa."


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