O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se recupera da cirurgia feita na manhã de ontem. Ele se operou para tratar uma hérnia inguinal bilateral, que apareceu nas duas pernas de Bolsonaro.
O procedimento cirúrgico durou cerca de três horas e terminou sem registro de problemas. De lá, o ex-mandatário foi levado para o quarto do Hospital DF Star, onde está internado desde a véspera do Natal, 24 de dezembro.
"O procedimento ocorreu sem nenhuma intercorrência. O presidente tomou anestesia geral, mas já está acordado e está no quarto, inclusive, onde deve voltar a se alimentar ainda hoje. Agora, nos próximos dias os cuidados serão voltados para analgesia e fisioterapia", informou o médico responsável pela cirurgia, Cláudio Birolini.
A recuperação será feita no quarto do hospital, que é equipado como se fosse uma unidade de tratamento semi-intensivo. A equipe estima que Bolsonaro fique internado de 5 a 7 dias para a recuperação pós-cirúrgica. A alta médica vai depender da evolução do ex-presidente.
"Ele precisa estar bom o suficiente para fazer o autocuidado. Ele precisa tomar banho, se vestir, se movimentar, comer… Atualmente, ele precisa de ajuda para tudo e não pode ficar desassistido. Vamos acompanhar o dia a dia", avaliou Birolini.
Havia a expectativa de que Bolsonaro também tratasse o nervo frênico, que passa por pescoço e tórax até chegar ao diafragma, para solucionar as crises de soluço do ex-presidente. O procedimento, porém, não foi feito.
"Nós optamos por melhorar a dieta e potencializar toda a medicação e observar nesses próximos dias a necessidade, ou não, desse procedimento. Provavelmente, nós o faremos na segunda-feira, que é o tempo para ele poder responder a essa medicação", afirmou Brasil Caiado, médico que auxiliou Birolini na cirurgia.
Segundo os profissionais, o soluço preocupa por gerar cansaço e prejudicar o sono de Bolsonaro, atrapalhando o pós-operatório. Caso o ex-presidente não tenha melhora clínica nos próximos cinco dias, os médicos vão localizar o trajeto do nervo e injetar uma substância anestésica.
O método não é cirúrgico, e, caso seja feito, não deve aumentar o prazo de recuperação de Bolsonaro. "Toda vez que nós pudermos ser menos invasivos na proteção de um paciente de 70 anos e proceder de forma clínica, é melhor", defendeu Caiado.
Antes de a cirurgia começar, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apareceu na porta do hospital com uma carta assinada pelo pai dele. No manuscrito, Jair Bolsonaro reafirma o apoio à candidatura de Flávio à presidência.
"Entrego o que há de mais importante na vida de um pai: o próprio filho para a missão de resgatar o nosso Brasil. Trata-se de uma decisão consciente, legítima e amparada no desejo de preservar a representação daqueles que confiaram em mim", escreveu Jair.
Flávio disse que a carta não muda nada sobre a missão recebida, mas tira qualquer dúvida sobre a continuidade da candidatura dele. "O desafio é grande, mas com sua benção e a proteção de Deus, seguiremos no caminho certo pelo Brasil", postou o senador nas redes sociais.
Outro filho que esteve no hospital foi Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Ele acompanhou o primeiro dia de recuperação de cirurgia do pai e reclamou da presença de agentes da Polícia Federal na unidade.
"O número de policiais mobilizados para acompanhar o procedimento e toda a movimentação ultrapassa qualquer limite que qualquer ser humano considera razoável. Algo inacreditável e constrangedor", classificou o vereador.