Na Câmara Municipal de Fortaleza, o rodízio é ainda mais intenso, a ponto de dificultar a identificação de quem está efetivamente licenciado. No site oficial da Casa, há apenas a distinção entre vereadores titulares e suplentes em exercício, sem detalhamento das licenças.
Ao fim de dezembro, 13 vereadores suplentes exerciam o mandato, número que representa mais de 30% das cadeiras da CMFor.
O revezamento é prática recorrente, especialmente entre partidos menores. O Avante, por exemplo, tem utilizado o mecanismo com frequência, sob o argumento de que o mandato é resultado do esforço coletivo da legenda e que nenhum candidato seria eleito sem a contribuição dos votos dos suplentes.
Em entrevista concedida em junho de 2025, o vereador Emanuel Acrízio (Avante), então licenciado, afirmou que a intenção do partido é permitir que todos os suplentes assumam o mandato ao longo da legislatura.
"Foi uma articulação de partido, porque nós tínhamos um compromisso de todos os suplentes assumirem no primeiro semestre. Estamos cumprindo o acordo do rodízio, que é mais do que justo. Ninguém seria eleito sem um suplente", disse ao O POVO.
Mesmo partidos com maior bancada adotam a estratégia. O PSD, que possui quatro cadeiras na CMFor, tem atualmente apenas Bruno Mesquita (PSD), líder do prefeito Evandro Leitão (PT), exercendo o mandato como titular, enquanto as demais vagas estão ocupadas por suplentes. (Marcelo Bloc)