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Covid-19: Os desafios do novo "normal" na retomada das atividades
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Covid-19: Os desafios do novo "normal" na retomada das atividades

Setores que voltaram a funcionar na última segunda-feira, 1º, revelam como tem sido a rotina de trabalho ainda durante a pandemia
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Não é hora de deixar a peteca cair. Reabrir as portas não significou voltar ao normal para os setores autorizados a retomarem as atividades. Conviver com a receita reduzida após dois meses sem faturamento e naturalizar processos de higienização de extrema importância são os principais desafios de salões de beleza, óticas e consultórios. Empreendedores ouvidos pelo POP Empregos&Carreiras explicam quais têm sido os novos protocolos sanitários adotados na primeira semana de volta ao trabalho e como encaram com esperança a chegada de dias seguros e rentáveis.

 

DICAS PARA A VOLTA

> Cobranças razoáveis

Não é hora de exigir alta produtividade, os funcionários estão em fase de adaptação e a saúde mental deles é importante nesta transição.

> Rodízio de equipes

Evite aglomerações com escalas de colaboradores dentro do local de trabalho.

> Nova disposição de mobiliário

É preciso garantir distância mínima de 1,5m ou estrutura para evitar contato físico.

> Limpeza e controle da saúde

Uso de máscaras e higienização frequente das mãos e das superfícies, com priorização da ventilação natural no lugar do ar-condicionado, são recomendados. Medição diária de temperatura dos colaboradores também pode ser incorporada na rotina.

Fonte: Rosylane Rocha, presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT)

Faça o check-list!

1. Antes de reabrir, garanta estoque de equipamentos de proteção (luvas, máscaras, face shields e materiais de limpeza);

2. Estabeleça os novos protocolos de prevenção contra o coronavírus com um plano de contingência, por exemplo;

3. Evite reuniões presenciais com os funcionários. Você pode enviar os protocolos para cada um via e-mail ou por WhatsApp;

4. Organize os horários de atendimentos dos clientes, com intervalo de 15 minutos entre o término de um e início do outro;

5. Escolha um colaborador, se possível, para supervisionar e lembrar os demais sobre os protocolos de higienização;

6. Torne os protocolos de segurança visíveis para o cliente. O documento de protocolos também pode servir para uma eventual fiscalização.

SALÃO DE BELEZA

Uma quinta-feira antes da Covid-19 costumava ser um bom dia de faturamento para os salões de beleza. Em um estúdio da rua Nunes Valente, a diferença é gritante: "A procura reduziu muito mais, não estamos nem com 20% em termos de faturamento. Quinta (4/6), um dia que tinha faturamento de R$ 2 mil, deu R$ 200". Quem conta é Ricardo Hortêncio, proprietário do Vizualli Conceito, na Aldeota, e do Specchio Beauty Studio, no bairro Edson Queiroz.

Para a reabertura, Hortêncio providenciou estruturas de separação física entre as cadeiras e uma série de materiais de proteção (toucas, luvas etc.), inclusive máscaras descartáveis para o cliente que esquecer. Cadeiras e máquinas de cartão são constantemente higienizadas. "Na Washington Soares, o público é mais assíduo do que no Dionísio Torres. Como aqui teve mais casos, acho que as pessoas estão mais receosas", opina.

Os dois salões funcionam com a capacidade de 30% a 40% do normal e cerca da metade da quantidade de manicures e cabeleireiros. A qualquer sinal da doença, os profissionais devem ficar em casa. Tudo é agendado, e a procura maior tem sido por depilação e coloração de cabelo.

Specchio Beauty Studio

Av. Washington Soares, 4040

Telefone: (85) 3278.1235 / 3273.2079

Instagram: @specchiostudio

Vizualli Conceito

Rua Nunes Valente, 2828

Telefone: (85) 3247.2204

Instagram: @vizualliconceito

 

ESMALTERIA

Depois de mais de dois meses fechada, a Santa Cor Esmalteria abriu a agenda de atendimentos de unhas, cabelo e depilação. A administradora do salão, Lorena Magalhães, conta que, em três dias de funcionamento, a procura por depilação e cabelo ainda era muito pequena. "Graças a Deus [reabrimos], não como antes, bem menos, muita gente está receosa", explica.

Cerca de dez manicures trabalhavam simultaneamente antes da pandemia, e agora no máximo quatro clientes podem fazer as unhas em um mesmo horário, com distância mínima entre as cadeiras. "A gente não cortou ninguém, mas para as meninas não perderem emprego fazemos revezamento. Fizemos protocolos que enviamos no agendamento." Para fazer as unhas na esmalteria da av. Júlio Abreu, as clientes devem pagar o serviço logo na recepção, não levar acompanhantes e higienizar as mãos antes de pegar esmalte e kit, por exemplo. E, claro, só entra quem estiver de máscara.

Na entrada, um tapete com água sanitária é usado para desinfecção dos sapatos. "Não temos como garantir a segurança com a roupa do cliente, mas as medidas que podemos implantar estamos fazendo e vamos continuar até o fim. Esperamos que tudo volte ao normal, para que as profissionais possam vir trabalhar mais dias, são comissionadas e recebem por produção", explica Lorena.

Serviço

Santa Cor Esmalteria

Av. Júlio Abreu, 383 - Loja 4

Instagram: @@esmalteria.santacor

WhatsApp para agendamento:
(85) 98644.1958

 

ÓTICAS

Reparo de armações quebradas e troca de lentes de grau: esses foram os principais serviços buscados no retorno das Óticas Visão. Segundo Assis Cavalcante, CEO da rede e presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), as lojas dele estão funcionando com 70% a 80% da operação normal. Na primeira semana, o fluxo de clientes no Centro da Capital representou 10% da quantidade de pessoas que normalmente circulam (eram 350 mil pessoas por dia antes da pandemia).

Os funcionários das Óticas Visão devem lavar as mãos a cada duas horas; de seis em seis horas, o chão é higienizado. "Estamos cumprindo determinação de dois metros [de distância] entre as pessoas, máscaras, álcool em gel à disposição e equipamentos antes e depois [do toque] são higienizados", afirma Assis.

Óticas Visão

Telefone: (85) 3488.9350

Instagram: oticasvisao

QUAIS OS CUIDADOS?

De maneira geral, saúde e estética são dois setores que mesmo antes da pandemia já utilizavam equipamentos de proteção, como luvas e máscaras faciais. "Os cuidados vão aumentar um pouco mais e passar para o cliente, antes ele não necessariamente usava máscara. E o profissional vai implementar o face shield", destaca o consultor de produtos educacionais da área de saúde e segurança do Senac, Inaldo Araújo.

Para todos os tipos de negócios, é essencial evitar ao máximo aglomerações, agendando horários com intervalos de 15 minutos, uma forma de evitar gente na fila de espera. "A higienização do ambiente, se já era regular, agora vai ter que ser mais profunda ainda, limpando bancadas, cadeiras e máscaras com álcool 70%", reforça o consultor.

É fundamental também tornar os novos protocolos visíveis ao cliente, lembra Geysa Câncio, coordenadora de consultorias do Senac. "A gente percebe uma mudança na cultura do consumidor, ele vai selecionar e optar ir a uma empresa que tem esses cuidados. Isso possibilita que o cliente se sinta cuidado, garante a satisfação e o retorno."

Como a frequência de higienização aumenta sobremaneira, uma dica é, se possível, destinar um colaborador para supervisionar os protocolos de limpeza. "Pode-se desenvolver um check-list de monitoramento da saúde do colaborador para esse supervisor aplicar, e ele precisa ter um olhar diário sobre todos esses processos", acrescenta Geysa.

HÁ VAGAS?

Embora a reabertura dê um pouco de fôlego aos negócios que estavam fechados, as perspectivas de contratação ainda são críticas. "Em grande medida, as empresas vão retomar com 30%, isso significará o retorno das pessoas ao trabalho, não necessariamente pessoas que foram desligados ou vão ser recontratados", avalia o coordenador da Intermediação de Profissionais do IDT, Rubens Rodrigues. Mesmo em junho, mês que antes da pandemia de Covid-19 marcava início da alta estação, a quantidade de vagas projetadas pelo Sistema Nacional de Emprego/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT) não deve ser alcançada. "Tem uma série de requisitos de proteção à vida ainda, tudo isso vai impactar na retomada, que deve ser gradual", acrescenta Rubens.

PROJEÇÃO

2 mil

foi o total de vagas de emprego formal abertas em abril, 44% da projeção inicial do Sine IDT para o mês;

1.672

foi o total de vagas de emprego formal abertas em maio, 34% da projeção inicial do Sine IDT para o mês;

5.309

era o total de vagas de emprego formal projetadas para o mês de junho antes da pandemia.

 

ACESSE

Confira vídeos de boas práticas na retomada das atividades no perfil de Instagram @senacce.

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