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Educar as novas gerações
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Educar as novas gerações

Psicólogo clínico, Rossandro Klinjey ministra palestra online no Ciclo de debates "Experience - Grandes temas: renove seus conceitos de liderança e impulsione seus negócios"
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Rossandro Klinjey abordará os novos vínculos da geração atual (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Rossandro Klinjey abordará os novos vínculos da geração atual

Quem vence: o mais forte ou o mais inteligente? Para responder isso, o palestrante, escritor, psicólogo clínico e mestre em saúde coletiva, Rossandro Klinjey, resgata a teoria do naturalista britânico Charles Darwin. "O vencedor da seleção das espécies foi o mais adaptável". As mudanças geracionais que passamos ao longo dos tempos exigem adaptação também das metodologias de ensino dos pais e dos professores.

Com a palestra-live "Quem fará as Transformações que o Mundo Precisa: Educando novas Gerações", Rossandro participa dos debates do "Experience - Grandes temas: renove seus conceitos de liderança e impulsione seus negócios", nesta terça-feira, 24, às 16h. Promovido pela Experience - Escola de Conhecimento Sebrae, o evento já teve palestra do escritor best-seller Andrea Iorio e entrevista exclusiva com o especialista em mídias digitais, Rapha Avellar. A atriz Denise Fraga encerrará o ciclo de debates, com a palestra "Conexões Humanas em Tempos Digitais", na quinta-feira, 26, às 21h.

Segundo Rossandro, a palestra do Experience - Grandes Temas será voltada para educadores, gestores, profissionais de gestão de pessoas e educação corporativa que desejam compreender as novas demandas pelo aprendizado e as relações entre gerações. Na fala, ele deve abordar os novos vínculos da geração atual, que são fortemente conectadas às redes sociais e têm dificuldade de lidar com promessas e gratificação futuras.

Confira entrevista inédita de Rossandro ao POP Empregos&Carreiras:

O POVO - Como a autossabotagem se manifesta no ambiente de trabalho? É quando a pessoa já não tem autoaceitação?

Rossandro Klinjey - Exatamente, se você tem um indivíduo que foi educado em uma casa onde ele não respeitava os pais, entra em conflito com os irmãos, ele sempre tinha tudo o que queria na hora que queria, imagine essa pessoa no ambiente de trabalho. Ela vai ser arrogante, prepotente, ela vai, por exemplo, ter dificuldade de desenvolver trabalho em grupo, não vai aceitar opinião dos outros, vai conflitar, não vai respeitar a hierarquia em qualquer instituição de qualquer sociedade, porque se ela não respeita os pais, ela não vai respeitar professor, não vai respeitar casamento, não vai respeitar ninguém. Então, isso é um efeito dominó, a mesma coisa do ponto de vista de matemática, eu só posso ensinar álgebra linear para uma criança quando ela aprender soma, divisão. Do mesmo jeito eu preciso desenvolver habilidades cognitivas para elas serem complexificadas ao longo do ensino, eu também preciso desenvolver habilidade emocional na infância para que ela vá se complexificando na fase adulta.

OP - O senhor fala que sofrimento e frustração têm um caráter pedagógico. Até que ponto um revés deixa de ser educativo para ser paralisante?

Rossandro - É o sofrimento no sentido de que existe sofrimento comum da vida, não estou tratando do sofrimento abusivo, que vai gerar trauma. É o sofrimento, por exemplo, "Ah, eu não passei no vestibular que eu queria, não consegui namorar aquele rapaz, não tive aquele brinquedo". Isso são sofrimentos pedagógicos. Agora, eu fui abusado sexualmente, atormentado emocionalmente, não. Esse tipo de sofrimento é desnecessário e destrutivo, não tem finalidade educativa nenhuma, é um abuso psicológico.

OP - O senhor também já disse que a personalidade é a soma total das maneiras pelas quais o indivíduo reage e interage com os outros. Qual seria então uma forma de trabalhar fraquezas comportamentais para demonstrar um melhor desempenho no mercado de trabalho?

Rossandro - Primeiro, eu acho que a gente tem que entender que o ser humano nunca vai ser bom em tudo, aceitar limites é saúde mental, querer ser [alguém] que sabe tudo, tem todas as respostas, sempre age corretamente, é uma ilusão que alimenta uma nova forma de loucura, que é não ter transtornos, não ter inabilidade, não ter incompetências. Isso não quer dizer que uma vez que eu identifico elas eu vou me martirizar. Eu vou fazer o meu melhor, mas sem a falsa crença que eu vou ser perfeito. Eu tenho que aceitar minhas imperfeições, mudar o que é possível e aceitar o que não dá para mudar. A melhor coisa que a gente pode fazer, no caso do convívio social, é não levar nossas dores, nossos transtornos para outras pessoas. Eu não posso deixar que a dor do meu passado faça com que as pessoas do meu presente sofram, ninguém tem culpa, ninguém tem nada a ver com isso.

OP - Para ser feliz, é essencial ser infeliz também. Existe uma receita pronta para ser feliz no ambiente de trabalho?

Rossandro - Não existe receita pronta para nada na vida, cada um de nós vai desenvolvendo as habilidades possíveis. Agora, obviamente, temos que aprender que existem momentos bons e momentos ruins, que tenho idas e vindas, faz parte do dia a dia da vida.

OP - Uma questão muito comum na juventude é a dúvida sobre a carreira. Escolhem um curso e querem desistir, se formam e não se realizam...como lidar com essas dúvidas e como saber diferenciá-las de "mimimi" ?

Rossandro - [Os jovens] Devem conhecer todos os cursos que existem. Ah, eu tenho sintonia com isso. No ensino médio, eu percebia que tinha dificuldade com as áreas de exatas, não sentia prazer nenhum em estudar, no momento que eu tinha consciência disso não é que seria impossível fazer um curso de engenharia, é que para mim seria mais sofrido.

serviço

Palestra "Quem fará as Transformações que o Mundo Precisa: Educando novas Gerações" com Rossandro Klinjey

Quando: 24/11, a partir das 16h

Inscrições: Online, no site do Sebrae (https://bityli.com/Yz0QN)

Acesso gratuito

PERFIL

Os vídeos de Rossandro Klinjey já alcançaram a marca de mais de 100 milhões de visualizações. Autor de vários livros, sendo os mais recentes: "As cinco faces do Perdão", "Help: me eduque!" e "Eu escolho ser feliz". É consultor da Rede Globo em temas relacionados ao comportamento, educação e família, no programa "Encontro com Fátima Bernardes" e colunista da Rádio O POVO/CBN. Foi professor universitário por mais de dez anos, hoje se dedica a palestras no Brasil, Europa e Estados Unidos.

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