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Suíno não é "porco"!
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Suíno não é "porco"!

Os mitos e as verdades sobre a carne suína
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Para muitos de nós brasileiros, ser "porco" significa ser sujo, ser imundo, ou simplesmente, ser algo sem valor. Dessa palavra surgem derivações: porcaria, porcalhão, entre outras. Infelizmente, essa fama que relaciona a sujeira ao animal, condenou por muitos anos, o consumo da carne suína no Brasil. Afinal, quem gostaria de comer algo sujo? Como se não bastasse, mitos, tradições e estórias transmitidas por nossos antepassados, impregnam consciente ou inconscientemente algumas más impressões ou até mesmo medo, quando se trata do consumo desta carne. Meu pai sempre dizia: "Não coma carne de porco, ela dá verme na cabeça!" Alguns amigos defendem veementemente a ideia de que a carne suína é "reimosa" ou causa alergia e, portanto, é uma carne nociva à saúde. Ao contrário da opinião popular ou do senso comum, o suíno é um animal de carne limpa e saudável. Sim, os suínos de hoje são criados sob um regime amparado com boa higiene, controle sanitário e nutrição balanceada. As granjas priorizam, sobretudo, o manejo sanitário que trata da limpeza e desinfecção das baias para melhor controle de contaminações e bem-estar animal. Assim como o homem se adapta melhor em ambientes confortáveis e higiênicos, os suínos também se desenvolvem melhor em ambientes limpos e arejados. O Zootecnista, profissional responsável pela produção animal, tem um grande papel na nutrição destes animais, elaborando dietas que vão atender as exigências nutricionais para que ele produza uma carne de primeira qualidade. Esse controle zootécnico permitiu que hoje tenhamos uma das carnes mais saudáveis do mundo. Com o auxílio do melhoramento genético, os Zootecnistas e pesquisadores avançaram ao longo dos anos no desenvolvimento da suinocultura, gerando uma carne com altos teores de proteína, de vitaminas e de minerais que são essenciais às exigências nutricionais do corpo humano, além de ser rico em gordura insaturada, no qual está presente o ácido linoléico, ou conhecido popularmente como ômega 6. O ácido linoléico tem a função de regular o colesterol total e diminuir o colesterol ruim (LDL) do sangue, prevalecendo o colesterol bom (HDL) reduzindo assim os riscos de doenças cardiovasculares. Dessa forma, desmistifica-se a ideia de ser uma carne nociva à saúde e que não passa de um mito. Mas você pode se perguntar: E a cisticercose ou o famoso "verme na cabeça"? A verdade é que a cisticercose tem origem na má lavagem de hortaliças e/ou em ambientes onde o saneamento básico é ineficaz. O suíno é incapaz de transmitir o cisticerco, pois a origem se dá pelos ovos da Taenia solium (verme da barriga) presentes nos vegetais contaminados ou na água mal tratada, sendo assim mais um mito está desfeito!

 

Graças aos avanços da ciência e do acesso à informação que permite à sociedade o conhecimento sobre a origem dos produtos alimentícios, o consumo da carne suína vem crescendo a cada ano. Logo em substituição aos velhos mitos, propomos um novo jargão: suíno não é sujo, suíno não é "porco".

Heitor Silva Chaves

Zootecnista

Instituto Federal do Ceará

Campus Boa Viagem

 

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