Logo O POVO+
As donas do negócio: debate gratuito sobre confeitaria no O POVO
Pop-Empregos-E-Carreiras

As donas do negócio: debate gratuito sobre confeitaria no O POVO

A primeira edição do evento Negócios de Novela será nesta quarta, 13, no Espaço O POVO de Cultura e Arte, e discutirá o mercado de bolos em Fortaleza
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Sílvia comanda a Doce Gula (Foto: PRISCILA SMITHS/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: PRISCILA SMITHS/ESPECIAL PARA O POVO Sílvia comanda a Doce Gula

A Dona do Pedaço está na reta final. Enquanto os mistérios de Josiane e Maria da Paz ainda são resolvidos, a trama já cativou o público pelos bolos da protagonista. Empresária e boleira de mão cheia, a personagem de Juliana Paes representa várias profissionais que começaram os negócios do zero e agora vivem de trazer mais doçura para a vida dos clientes.

Em 2018, o segmento de panificadoras e confeitarias cresceu 2,81% no Brasil, segundo relatório da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). O faturamento com produção própria é o fator que puxa o crescimento do setor, com índice de 5,87%. Começando pequenas para virarem gigantes, as empreendedoras em confeitaria no Ceará fazem parte do avanço do segmento no mercado. Conheça as donas do pedaço fortalezenses.

Negócios de novela

Lia Quinderé, Sílvia Vasconcelos e Raquel Franklin são as convidadas para a primeira edição do Negócios de Novela, debate realizado pelo POP Empregos&Carreiras que aborda o cenário mercadológico dos negócios-enredo de novelas brasileiras em exibição. A edição "A Dona do Pedaço: desafios de fazer e vender bolos!" será na quarta-feira, 13, às 18h, nEspaço O POVO de Cultura e Arte (av. Aguanambi, 282 - Joaquim Távora). O evento é aberto ao público.

Serviço

Negócios de Novela - POP Empregos & Carreiras

Edição: A Dona do Pedaço

Quando: Quarta-feira, 13/11, às 18h

Onde: Espaço O POVO de Cultura e Arte (av. Aguanambi, 282)

Entrada gratuita

Lia interna
Lia interna

Lia Quinderé

Assim como Maria da Paz, a cearense Lia Quinderé, 37, aprendeu a cozinhar com a tia avó, aos 11 anos. Nessa idade, a pequena cozinheira já fazia balas de café, pães e bolos de fubá. Após começar a cursar Direito por pressão do pai, ela percebeu que precisaria mudar o rumo de seu futuro. A então estudante gostava de fazer cursos e ler livros sobre culinária e decidiu estudar na escola francesa Cordon Bleu.

Para conseguir pagar o último módulo, Lia voltou ao Brasil e começou a produzir bolos em casa. Na época, a boleira tirava fotos dos produtos e divulgava-os no Orkut. Anos depois, ela foi convidada para abrir um pequeno café dentro de uma loja de presentes de noivas, na avenida Virgílio Távora, em 2007. Foi assim que a Sucré nasceu e, depois de conquistar o paladar das noivas de Fortaleza, cresceu para abrir a primeira unidade na Nunes Valente.

Atualmente, a empresária administra três unidades da Sucré, primeira patisserie - confeitaria baseada na escola francesa - aberta na Capital. Por outro lado, a loja trabalha com ingredientes regionais cearenses, a fim de valorizar os insumos e oferecer mais qualidade nos doces. Desde o ano de 2002, Lia se encontrou em um período de grande transformação do mercado de confeitaria no Ceará. "Eu acho que esse mercado está mais pungente, com mais concorrência. Isso é bom, porque a concorrência traz excelência, a busca pela qualidade, ela traz aperfeiçoamento", indica a chef.

Para manter a Sucré competindo de igual para igual com outras confeitarias, Lia apostou na regionalidade, criatividade, valorização do sabor e, principalmente, na veia artística dos confeiteiros. "A gente também tem a questão da precificação. Eu escolhi trabalhar com os melhores ingredientes e isso tem um custo que precisa ser repassado para o cliente, porque senão não faz sentido empreender", completa. Além disso, as redes sociais do negócio são atualizadas constantemente para conquistar novos clientes. No Instagram (@sucrepatisserie) e no Facebook, o social media da Sucré promove campanhas, promoções e sorteios.

Interna Sílvia
Interna Sílvia

Sílvia Vasconcelos

No caso de Sílvia, 43, a arte de fazer bolos está no DNA. A mãe e a tia eram "doceiras de mão cheia" e a inspiraram a seguir o caminho da confeitaria e abrir o próprio negócio. O início foi puxado, como para a maioria dos empreendedores. A Doce Gula original era localizada na avenida Oliveira Paiva, local em que continua ativa, e funcionava na garagem e sala do imóvel em que Sílvia e o marido moravam. "O espaço era pequeno, tínhamos o mínimo de equipamentos necessários, só um fogão e uma geladeira, e poucos clientes", relembra a confeiteira. Apesar disso, a qualidade dos produtos conquistou o coração dos consumidores, que passaram a divulgar a loja no "boca a boca".

A época de "trabalho de formiguinha" transformou-se em um negócio com duas unidades em Fortaleza, além de variedade de mais de 500 produtos, entre doces e salgados. No mercado competitivo, Sílvia considera que a formação em Gastronomia e Administração de Empresas é principal fator para manter a Doce Gula forte. "A formação em Gastronomia me permitiu mais liberdade e ousadia na mistura de novos ingredientes e criação de sabores, sem abrir mão da nossa rica culinária regional", afirma. Ainda, a chef se orgulha de trabalhar com receitas tradicionais de família, vindas diretamente dos cadernos de receitas familiares.

Já quando o assunto é gestão de negócios, o entendimento de que o mercado de confeitaria artística e de modernização das técnicas se expandiu é essencial. Assim como Lia, a empreendedora entende a concorrência como estímulo para fabricação de produtos com mais qualidade. Por outro lado, é preciso criatividade e determinação para "driblar os altos e baixos do mercado", em especial nos preços dos doces.

A atenção no atendimento ao cliente virtual também é estratégia para garantir que os compradores estejam sempre satisfeitos. A Doce Gula possui equipe formada por comunicadores e fotógrafos para que as redes sociais das lojas funcionem como canal de divulgação e de diálogo com os clientes.

Raquel interna
Raquel interna

Raquel Franklin

Raquel Franklin, 27, é a imagem dos novos confeiteiros empreendedores de Fortaleza. A proprietária do Bolinho da Quel é formada em Gastronomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e começou a trabalhar com a produção de bolos em maio de 2019. Após fazer cursos especializados em confeitaria, ela criou uma conta no Instagram para o negócio @bolinhodaquel.

"Minha intenção era encontrar algo que fosse viável de ser produzido em casa e que eu tivesse o domínio sobre as técnicas de preparo, juntamente com a criatividade pra fazer algo inovador e diferente", explica. A produção é de uma mulher só: ela quem prepara os bolos e administra as redes de divulgação. O trabalho cansativo vale a pena, porque as encomendas são realizadas pelo Instagram ou por WhatsApp. "Elas [as redes sociais] são a principal forma de mostrar os produtos e conquistar clientela."

Ainda que nova no mercado, Raquel já compreende o cenário diverso e mutável da confeitaria. Por isso, o primeiro passo da chef foi investir em equipamentos e insumos de qualidade, para obter "excelência" na produção. O segundo passo foi definir de uma vez por todas que o segmento requer do confeiteiro a habilidade de se reciclar e continuar aprendendo. "O cliente de hoje em dia, na maioria das vezes, não quer mais só um bolo saboroso. Ele quer um adereço bonito pra compor a mesa de festa, quer um produto elegante, que chame atenção não somente pelo gosto", analisa.

O que você achou desse conteúdo?