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Conflito geracional e diversidade
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Conflito geracional e diversidade

Organizações que consideram a diversidade no recrutamento entregam resultados 25% melhores
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Cris Kerr é CEO da CKZ Diversidade (Foto: Marcos Fiore)
Foto: Marcos Fiore Cris Kerr é CEO da CKZ Diversidade

Ambientes de trabalho diversificados refletem no bom desempenho das equipes. A McKinsey, empresa de consultoria empresarial americana, constatou que organizações que consideram a diversidade no recrutamento entregam resultados 25% melhores do que organizações "não-diversas". Nessas empresas, a diversidade está presente em gênero, nível social, raça e, também, geracional.

Contar com perfis diversificados é um importante diferencial competitivo, mas também pode gerar conflitos internos quando a companhia não está preparada. O conflito geracional é um exemplo. Atualmente, cerca de quatro gerações diferentes convivem em um mesmo ambiente de trabalho com modelos mentais distintos: baby boomers (1946 a 1964), geração X, (1965 a 1978) geração Y (1979 a 1990) e geração Z (1991 até os dias de hoje).

De acordo com uma pesquisa do Talenses Group realizada com 1.643 pessoas de todas essas gerações, a maioria delas - 88% - não vê problemas no convívio com outras. Já dos que responderam ter alguma dificuldade com outras gerações, 46,2% apontaram que a convivência com a geração Z é a mais difícil por conta da instabilidade desse grupo no emprego, a dificuldade de relacionamento e a ansiedade em alavancar a carreira. Já os 17% que apontaram as gerações mais seniores como as mais conflituosas indicaram que um dos fatores que dificultam o convívio é o tempo maior que levam para se adaptarem às novas tecnologias.

Outro ponto de dificuldade no entendimento entre as gerações é que, para os mais velhos, os sonhos eram sempre voltados ao "ter". O profissional sonhava em consumir marcas que lhe conferiam status. Tal comportamento está sendo modificado aos poucos, principalmente pelas gerações mais novas, que costumam optar por alternativas de consumo na economia compartilhada. As marcas preferidas deste público costumam ser engajadas e baseadas em propósito e valores que fazem sentido para essa geração, como sustentabilidade e responsabilidade social.

Para minimizar conflitos geracionais dentro das empresas, é preciso uma escuta de qualidade, madura e analítica, além de um diálogo apoiado em ações como mentoria reversa, em que profissionais mais jovens trocam experiências com os mais velhos. Como apontou a pesquisa do Talenses Group, essa convivência é possível e necessária e um pouco de empatia pode melhorar o ambiente corporativo.

 

AUTORA

Cris Kerr é CEO da CKZ Diversidade

Contato: criskerr@ckzdiversidade.com.br

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