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Um teto todo nosso
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Um teto todo nosso

Arquiteto Paulo Angelim projeta cenário para comercialização de imóveis em multipropriedade
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Dividir uma casa com diferentes donos é uma forma de adquirir o tão sonhado imóvel de segunda residência por um preço muito mais acessível. Este formato de multipropriedade foi adaptado à realidade local pela VivA Vacation e ganha força com a instalação no Estado do Hard Rock Hotel Fortaleza, na opinião do diretor da imobiliária Viva Imóveis, Paulo Angelim.
 

O arquiteto, cicloativista e figura conhecida em debates no Facebook, participou do programa Mercado Imobiliário, da rádio O POVO CBN, com o jornalista Jocélio Leal. A imobiliária de Paulo Angelim tem na cartela de compartilhamento unidades do WaiWai Cumbuco, Riviera Manhattan Beach e Riviera Beach Place.

OP: Em um ramo que é preciso vender para gregos e troianos, qual o preço que o senhor paga por assumir posições políticas?
 

Paulo Angelim: É um ponto realmente complicado e não foram poucas as pessoas que chegaram para mim para dizer: “Olha, tu vais pagar um preço muito alto porque pessoas vão se afastar”. Eu penso que a gente tem vários papéis na sociedade, tem várias funções, mas tem uma que eu acho que está acima de qualquer coisa se você quer se posicionar com um cidadão, é a cidadania de se posicionar. Infelizmente, eu acho que as redes sociais acabam, pela frieza das palavras, não tem olho no olho, não tem emoção no fim da fala, acaba criando um espaço de muita distorção daquilo que se diz. 

 

As opiniões viram ofensa, viram ataque, isso é, dependendo de como são interpretadas. Esse é o preço que se paga. É óbvio que eu construí uma legião de excluídos da página do Facebook. Tem até uma imagem que circula, vez por outra ela é resgatada, de um caminhão lotado de gente, os excluídos do Paulo Angelim. Porque as pessoas confundiam o debate sobre os temas, sobre a política e iam para a seara pessoal. E aí você não vai ganhar nada.  

 

Eu mesmo cometi vários equívocos, você sabe muito bem, e cometi esses equívocos pelo calor da emoção, quem não os cometeu? Mas assim, eu diria para você que eu ganhei muito mais do que perdi.

OP: O senhor virou um cicloativista e depois passou a vender bicicletas, em que momento o militante virou o empresário e havia verdade de militante ou apenas showroom?
 

Angelim: Eu não comecei para criar um personagem, eu comecei porque eu realmente me apaixonei. A minha infância foi em cima de uma bicicleta e adolescência lá em Quixeramobim. Meu cicloativismo continua, continuo me indignando, militando por essa questão do cicloativismo. Eu estou de bicicleta aqui, e não vim forçadamente, eu vim porque é o meu dia a dia mesmo.
 

OP: A cidade apesar de tudo melhorou muito?
 

Angelim: Melhorou demais, nunca ninguém antes fez mais do que essa administração, eu não sou louco de não reconhecer isso. Sou e vou continuar a ser um cicloativista, um entusiasta e um usuário efetivo. A questão de ser um empresário foi uma oportunidade que surgiu por acreditar que existiria realmente um espaço a ser explorado dentro de um nicho específico, que era o ciclismo urbano, não é um ciclismo de trilha nem de estrada, o ciclismo urbano. Demos o tom da Bike Viva dessa forma, mas agora estou saindo desse mercado. Dá dinheiro, é bom, mas meu foco hoje é totalmente mercado imobiliário.

OP: A Viva imóveis já foi uma empresa que se posicionou brigando pelas cabeças e hoje está focada no que seria um nicho. Qual é o momento da imobiliária?
 

Angelim: A análise está corretíssima, fomos muito grandes, tivemos 380 corretores. O mercado era outro e hoje não existe mais espaço para imobiliárias desse tamanho. Até porque existe um estímulo muito grande, mesmo que seja indireto, involuntário por parte dos incorporadores, para que os corretores sejam autônomos. Boa parte desses corretores autônomos estão voltando para estrutura imobiliárias.

OP: Ter o Hard Rock no formato de compartilhamento legitima focar em nichos? 


Angelim: Para mim será o grande advento desse modelo de negócio, desse segmento de mercado, porque a força da marca despertará a atenção do público para essa oportunidade que é extremamente econômica. De você ter o seu imóvel de praia, de lazer, mas só comprar aquilo que realmente, efetivamente vai usar. Então, eu acho que o Hard Rock vai ser antes e depois dele. Principalmente pelo fato de ele trazer uma operação hoteleira, e não é meramente um condomínio residencial. É um retorno muito maior do dinheiro que você investiu.

OP: Enquanto cliente invisto em compartilhamento, estou na expectativa que seja ocupado, rentabilize meu investimento. Esse equipamento necessariamente compõe uma estrutura hoteleira?
 

Angelim: Vamos separar as duas coisas. O compartilhamento ele se divide em timesharing, que é uma indústria que já existe no mundo inteiro, amada e odiada, por “N” razões. A outra é o fractional, que é onde a gente se insere e onde o Hard Rock também se insere. Qual a diferença entre os dois? Aqui está se chamando tudo de propriedade compartilhada, mas lá fora você tem essa distinção. Então vamos chamar de multipropriedade e timesharing, quando eu vendo um timesharing eu vendo realmente para turistas, porque eu uso não somente aquele produto imobiliário como um tíquete de entrada numa rede de resorts que estão ali intercambiados, que estão ligados por um sistema de intercâmbio. Eu vendo timesharing dizendo: “Olha, você compra aqui e viaja o mundo”, vai se hospedar no mundo inteiro nessa rede de resort. O problema é que às vezes não tem a vaga que foi prometida, quando eu compro o fractional, a multipropriedade, não. Estou comprando é para usar lá mesmo, então por isso é que eu acho que o Hard Rock traz esse componente adicional, que é o fato de você proporcionar uma série de atrações. O mercado que nós atuamos é esse do fractional, que é para aquelas pessoas que são patrimonialistas, que querem ser donas, usar aquele imóvel, e às vezes até trocar essa semana, porque eles têm por direito em algum outro local. Seja do próprio Hard Rock, seja dos 29 do mundo nos dois outros brasileiros ou em qualquer outro hotel pela rede, no caso, pela intercambiadora aí inserida. 


OP: O cliente tem o imóvel em determinado local e tem o direito de usar os outros, aí tem que bater agenda, tem que ver quando chega na alta, mas tem que ver se está disponível?
 

Angelim: Por isso é que eu não gosto de prometer isso. O timesharing promete isso e muitas vezes acaba frustrando o cliente, por isso é que no nosso caso do fractional, da multipropriedade, nós não prometemos. Nós prometemos o seguinte, você gosta daquele local, você adora a Lagoinha? Você adorou esse resort, você gostou demais desse hotel, você acha que a estrutura dele é fantástica? Você gostaria de voltar para cá, numa frequência, duas vezes por ano, quatro vezes por ano, gostaria? Ah, então pronto, a promessa é essa daí. Agora, para desenjoar, você pega uma semana dessas duas ou dessas quatro que você tem e usa em algum outro local para desenjoar.   

 

O CORRETOR
 

A ouvinte Ivone Dias perguntou se ainda valia a pena fazer curso de corretor. Para Angelim é preciso avaliar, antes de tudo, se há inclinação para vendas. “Precisa de alguma forma tentar enxergar, se ela tem as características de persuasão, de resiliência, de resistência também, de disciplina, de perseverança”.  

 

Multimídia


Confira o programa Mercado Imobiliário na íntegra em https://bit.ly/
2GnhzDa
  

 

 

O QUE VEM POR AÍ
 

OP: ESSE ANO É DE VENDER ESTOQUES E SÓ LANÇAR NO PRÓXIMO ANO, MAS O SENHOR CITOU QUE HÁ NICHOS QUE PODEM TER LANÇAMENTOS, QUAIS SÃO ELES?
 

Angelim: Além dos estúdios, são nichos geográficos também, porque existem nichos de tipologia e existem nichos geográficos. Vou te dar um exemplo: não tem mais nenhum lançamento de casas, condomínios de casas nas Dunas. Quem procura hoje tem que procurar o que já foi lançado. Se teve um movimento de começar a se lançar na Aldeota antiga e simplesmente deixaram de acontecer. Já começa também a se sentir a necessidade de mais opções na Aldeota antiga.

OP: PARA O SENHOR, 2019 ENTRA NA COTA AINDA DE VENDA DE ESTOQUES?
 

Angelim: Não, 2019 provavelmente vai ser o ano da transição mesmo. Digamos que a gente esteja num processo de redução desses estoques, e eu acredito que esse ponto de equilíbrio só chega em 2019. O ponto de equilíbrio que me refiro entre oferta e procura. Aí o mercado tem que de alguma forma ser mais responsável nas medições de demanda para que a gente não incorra de novo no erro. Então, é muito importante que as instituições, as associações de classe e tudo da construção civil, do mercado imobiliário, elas se unam com a Prefeitura, com o poder público para identificar no radar, não é só o que está sendo construído, mas é o que vai ainda ser lançado, o que está projetado e que pode vir a ser lançado, exatamente para que os incorporadores não façam novas apostas em segmentos de mercado, em nichos de mercado que mais uma vez irão saturar rápido demais. 

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