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De Pernambuco ao Ceará
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De Pernambuco ao Ceará

O diretor regional da Moura Dubeux, Fernando Amorim, faz suas apostas para 2019
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Dona dos empreendimentos ao lado dos dois shoppings RioMar (no Papicu e no Presidente Kennedy), a incorporadora pernambucana Moura Dubeux ainda tem muitos planos para Fortaleza. Pelo menos dois lançamentos são esperados para este ano na Capital cearense, dentre eles um condomínio fechado com 80 apartamentos e 140 m² cada. Hoje a empresa mantém três canteiros de obras em Fortaleza, além de 600 unidades em estoque na Cidade.

 

Fortaleza está entre as três capitais do Nordeste no foco da construtora, além de Recife e Salvador, segundo o diretor regional da construtora, Fernando Amorim . "A Moura Dubeux é mais cearense que pernambucana", brinca. Fernando foi o convidado do último Mercado Imobiliário, programa da Rádio OPOVO-CBN.

 

OP - Como a Moura Dubeux enxerga o mercado de 2019?

 

Fernando - Nós estamos bastante animados com o cenário de 2019. Agora a perspectiva é toda positiva. Passamos esses últimos quatro anos bem complicados. Mas as perspectivas são positivas para a gente ter um novo ciclo de crescimento.

 

OP - Por que vocês acreditam que 2019 seja um ano melhor? A crise acabou?

 

Fernando - Vou trazer uma análise: dos últimos três governos, exatamente coincidiu com a virada do plano real, foram 24 anos. O primeiro mandato de Fernando Henrique, o metro quadrado da construção era R$ 600. Hoje, o metro quadrado médio, pelo Instituto Fipe, é R$ 5.800 em Fortaleza. Então ele cresceu 9,6 vezes nesses 24 anos, nesses três governos. Outro índice interessante, o dólar era R$ 1, hoje está R$ 4. Cresceu quatro vezes. O dólar foi o pior investimento desses 24 anos. Um carro zero popular custava R$ 7.300, o carro zero popular hoje custa em torno de R$ 50.000. Então ele cresceu 6,8 vezes contra 9,6 vezes do imóvel. A gasolina era 55 centavos, hoje é R$ 4 em torno, subiu 7,3 vezes. Uma carne de filé era R$ 7, hoje é R$ 45. Ou seja, você nota que o imóvel tem subido acima da inflação, acima dos itens básicos de consumo do pessoal. Agora por que ele sobe? Por que eu comprei meu imóvel há três anos e ele não tem subido? Isso é cíclico. No primeiro mandato de Fernando Henrique, o metro quadrado subiu de R$ 600 para R$ 1.200. Então o metro quadrado subiu 100%. No segundo mandato de Fernando Henrique, a gente subiu de R$ 1.200 para R$ 1.500. Subiu apenas 25%. Isso se repetiu com o Lula. No primeiro mandato de Lula, o metro quadrado foi de R$ 1.500 para R$ 2.700, aumento de 80%. No segundo mandato subiu apenas 18%. Entra Dilma, também teve um excelente novo ciclo. No primeiro mandato de Dilma subiu 65%, lançou-se muito. Já nos últimos anos de Dilma, completados por Temer, subiu 9%. Então você pega os últimos três últimos presidentes, o primeiro mandato sempre tem um crescimento estrondoso, e esse ciclo se repete. Você tem uma confiança, um novo governo, novos parâmetros. Primeiro mandato de Bolsonaro vai dar uma alavancada, mas também quatro anos com esse preço represado. E outros fatores que vão vir: juros baixos e tudo mais.

 

OP - Vocês investiram aqui em Fortaleza em um modelo de parceria para desenvolver empreendimentos residenciais e comerciais junto de shoppings. Como tem sido a experiência?

 

Fernando - A Moura Dubeux teve aqui 22 lançamentos na cidade. Os mais emblemáticos, os que mais marcaram nossa passada por aqui, foram esses dois empreendimentos ao lado do RioMar. O primeiro foi no Papicu, o nosso empreendimento Evolution, lá são três condomínios residenciais. Era um grande terreno, onde era a fábrica da Ambev, e foi desmembrado, o projeto foi um plano de Operação Urbana Consorciada. Mesmo modelo nós trouxemos, também com o Grupo JCPM, lá no Kennedy. O JCPM fez o shopping e a gente fez o residencial. Essa experiência a gente tem desde Recife, nós fizemos junto do Shopping Recife e também do RioMar de Recife. E foi muito positivo porque é muito prático você morar do lado do shopping, não é? Eu vejo alguns corretores falarem: "Praia você usa mais no verão, não usa no inverno, está chovendo, tem o inconveniente, mas shopping você usa o ano todo". Você desce, está ali, é banco, é tudo. Nós mudamos nossa sede para junto do RioMar, estou sendo usuário desse modelo. Todo dia atravesso a rua, vou almoçar no shopping, aí vou no banco sacar um dinheiro, vou comprar um presente, vou resolver alguma coisa. Então é muito conveniente realmente.

 

OP - O discurso da mobilidade é o discurso da venda de vocês?

 

Fernando - Muito forte. Muitos clientes nossos compraram a sala e o apartamento. Hoje a gente vê muitos clientes nossos darem esse depoimento: "Olha, hoje eu praticamente não tiro meu carro da garagem".

 

OP - O senhor acha que a Lei dos Distratos é um avanço ou amedronta o consumidor?

 

Fernando - Eu acho que a Lei é um avanço. O mercado vai se autorregular. Aquele cliente que está muito na dúvida, que acha que não vai conseguir pagar, que talvez na hora ele diga "não, não vou comprar agora", mas ele vai se autorregular. Precisava muito dessa lei. Os distratos afetaram muitas construtoras e isso é por todos. Porque se muitas pessoas desistem e a construtora tem que devolver o dinheiro a essas pessoas logo de imediato, como estava sendo colocado por alguns juízes antes, você tira do caixa da construtora, e acaba atrasando a obra e prejudicando os demais. Então a Lei veio para proteger a coletividade. O objetivo final é você ter um empreendimento pronto, no prazo e no tempo. A Lei entra com o vigor muito forte para os incorporadores que não cumprem o prazo, punindo com multas pesadas para o incorporador que não cumprir o prazo. Homologa uma coisa que já existia, que eram os 180 dias que os juízes davam para ele regular a entrega da obra, mas ele limita. E o comprador tem que ter a consciência. Eu vou entrar, eu vou pagar. Mas a pessoa não compra para desistir, ela compra para ficar. Acho que essa lei veio dar mais segurança para o setor, mais segurança para quem está comprando, porque você sabe que seu empreendimento vai ser entregue nos prazos. Foi uma lei positiva.

 

OP - O banco de terreno de vocês em Fortaleza está bem resolvido ou vocês ainda estão em compras?

 

Fernando - Estamos buscando bons terrenos. Nós estamos hoje sendo mais seletivos. Acho que todos os incorporadores atenderam e a gente não pode lançar qualquer produto em qualquer lugar. O mercado se regulou, então a gente tem que buscar aquele produto campeão, sem erro. A gente tem analisado vários terrenos, a gente está aberto, nossos parceiros estão trazendo os terrenos, tanto os amigos empresários, como os corretores. Os condomínios fechados requerem um público que tenha um poder aquisitivo um pouco melhor, mais alto, porque tem que pagar o apartamento todo durante a obra. Esses tem que ser em bairros mais nobres, como Meireles, Aldeota, Cocó. Mas a gente tem também interesse no imóvel médio, que é o associativo. A gente está atento a tudo, um bom terreno, num bom local, a preço justo e que a gente consiga viabilizar um bom empreendimento.

 

OP - O que vocês têm na mira em 2019?

 

Fernando - Nós estamos focando nesse condomínio fechado e em fazer um imóvel também desse associativo. Queremos fazer pelo menos dois lançamentos em 2019. Estamos muito seletivos, ainda diminuindo nosso estoque. Mesmo com o novo ciclo, um passo de cada vez.

 

Linha Beach Class

 

A Moura Dubeux conta com um empreendimento em Fortaleza da linha Beach Class (linha de hotelaria ou residencial compacto). "É um sucesso. Sou usuário de lá, é 100% ocupado, é uma rentabilidade maravilhosa para quem aluga. 

 

São 50 m² e não fica o apartamento vazio", diz Fernando. Segundo ele, pode chegar a R$ 4 mil por mês o faturamento do aluguel de um imóvel do Beach Class.

 

Outros segmentos

O alto padrão é o carro-chefe da construtora, mas outros segmentos como o médio e até o popular fazem parte do portfólio da empresa. "Entramos em Fortaleza muito no segmento médio no bairro de Fátima e no Guararapes. E temos Minha Casa Minha Vida no Rio Grande do Norte e em Pernambuco com a linha Vivex", diz Fernando Amorim.

 

Condomínio fechado

 

A Moura Dubeux pretende lançar um condomínio fechado em Fortaleza no segundo semestre deste ano. Segundo Fernando, o condomínio será no Meireles e terá 80 apartamentos de 140 m². "Qual é o ponto do nosso condomínio fechado? A gente dá um contrato com o preço de obra garantido, então a pessoa já entra sabendo quanto vai custar no máximo. É um modelo que dá muito certo, a gente vende muito, traz uma economia em torno de 20% para o cliente."

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