Logo O POVO+
Empreendimentos novos
Pop-Imoveis-E-Construcao

Empreendimentos novos

CEO do Beach Park, Murilo Pascoal aponta crescimento da rede de hotéis e parques para 2021
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Beach Park investe em treinamento de pessoal nas categorias técnicas, gerenciais e humanas (Foto: Tatiana Fortes)
Foto: Tatiana Fortes Beach Park investe em treinamento de pessoal nas categorias técnicas, gerenciais e humanas

Fortaleza é o destino mais procurado para passar as férias do meio do ano. Os casais com filhos correspondem ao maior número dos que utilizam agências de viagens, com 37%, na composição do público brasileiro que vai viajar neste período de alta, segundo o Ministério do Turismo. Este perfil também coincide com o público que procura o Beach Park. É o que explica Murilo Pascoal, CEO do parque. 

Atualmente, o Beach Park e os serviços próximos dele atendem esse perfil. "Hoje nós entendemos que o nosso produto é voltado para a família. A composição de que a gente tem, em ter o parque, ter a praia e uma boa gastronomia, consegue formar um produto muito bom que consegue atender a essa família como um todo", diz o empresário.

A marca já começa a se preocupar com as novas exigência deste mercado: a busca por experiências originais nos destinos visitados. Em entrevista no programa Mercado Imobiliário (Rádio O POVO-CBN), com o jornalista Jocélio Leal, Murilo também fala sobre a importância do hub no aeroporto de Fortaleza e o impacto do mesmo no turismo. 

O POVO - Há um ano o Beach Park anunciou um mega investimento em resorts e ampliação. Como anda este projeto?

Murilo Pascoal - Estamos seguindo esse projeto em que apresentamos no ano passado. Já finalizamos a parte arquitetônica e a parte de conceito. Estamos agora fazendo a parte do processo de aprovação ambiental. Estamos expandindo o que é o Beach Park. Hoje temos o parque aquático, quatro hotéis e operação de praia, que são as nossas operações básicas. Temos 34 anos de operação, e a gente decidiu concentrar mais novidades aqui no Ceará, mesmo já tendo convites para fazer expansão fora. Optamos por aqui, pois acreditamos que devemos ter um destino forte. Com isso em mente, desenvolvemos um projeto que prevê a implantação de 2.600 apartamentos e dois parques num prazo de 15 anos. Esse é o escopo que temos para desenvolver, o qual se encontra na sua primeira fase. Esse negócio não dá para fazer rapidamente e por isso olhamos para um horizonte de 15 anos.

OP - Do ponto de vista do cronograma, houve algum atraso ou modificação?

Murilo - Estamos com o cronograma previsto para inaugurar em 2022, a primeira fase, que compreende um hotel com 420 apartamentos. Note que temos 560 apartamentos hoje em operação na rede hoteleira, e eu estou falando de um hotel com 420 já na primeira etapa, ou seja, é quase o dobro. Isso é um movimento forte do nosso lado e fazemos isso porque acreditamos no nosso potencial. Junto a isso, queremos fazer um segundo parque, que seja conectado com este hotel no mesmo conceito que a gente já trabalha hoje, que é você ter o entretenimento e a hospedagem numa área muito próxima e com grande conveniência. Acreditamos que esse seja o segredo da gente atrair muitos visitantes.

OP - Qual o balanço que vocês fazem do impacto do hub da Gol, KLM e Air France para o Beach Park?

Murilo - Pra gente, toda essa transformação do aeroporto e os impactos que estes novos voos estão trazendo são fundamentais para o crescimento a longo prazo. Quando estávamos desenvolvendo esse planejamento, evidente que num momento de crise você pondera. Mas quando sai um aeroporto com um investimento desses e uma possibilidade de conectividade dessa magnitude, isso obviamente impacta muito na decisão do empresário de fazer algo. Quando houve a consolidação, foi o momento que vimos que era realmente isso que precisávamos fazer. Isso foi fundamental na decisão dessa implantação.

OP - Qual a estratégia para mirar neste público novo internacional que vem pelo hub?

Murilo - O turismo é uma das indústria que mais está crescendo no mundo todo. Você tem alguns problemas até de turismo excessivo em alguns destinos. Isso é um reflexo da mudança do comportamento da pessoa. Hoje, as pessoas querem mais ter experiência do que ter coisas. Antigamente fazer uma viagem internacional era um evento da vida, mas hoje virou algo mais corriqueiro. Este crescimento do turismo tem buscado cada vez mais coisas originais, com o turista querendo saber o que é daquela região. É nisso que estamos pensando: "O que é o Ceará?".

OP - Como o Beach Park consegue oferecer isso ao turista e não algo pasteurizado?

Murilo - É isso que queremos trazer neste empreendimento novo. Do ponto de vista da natureza, nós não queremos mostrar somente as praias, que são importantes, mas também a natureza do que tem aqui. Os bichos, as árvores, as plantas, como a fauna e a flora num modo geral e, é claro, as dunas. Para nós é importante esta questão da sustentabilidade porque pro turista, o que ele quer ver é o que é do local. Pra gente, que trabalha com isso, é importante que a gente mantenha isso, que mantenhamos a fauna, a flora e que façamos isso ser cada vez mais rico e observado por quem vem de fora.

OP - O que faz um turista vir até o Beach Park?

Murilo - Hoje nós entendemos que o nosso produto é voltado para a família. Realmente há muita criança que pede para vir, e a gente vê a família como um todo sendo puxada por ela, pois um pai fica feliz quando vê a criança feliz. Isso funciona bem por meio de uma equação onde um puxa o outro. E nem sempre também é o filho, também há pais e mães que puxam as viagens. A composição de que a gente tem, em ter o parque, ter a praia e uma boa gastronomia, consegue formar um produto muito bom que consegue atender a essa família como um todo.

OP - O que aqui no Brasil tem de parecido no segmento que o senhor diria ser um produto similar e que concorre com vocês?

Murilo - A gente considera concorrente todo destino que possa levar essa mesma família no período em que eles estejam pensando em tirar férias. No Brasil, tem desde Gramado, que é um destino bacana para a família, como também Beto Carrero, o Rio Quente Resorts e as próprias praias aqui do Nordeste e seus hotéis próximos. Os destinos internacionais também acabam concorrendo por causa do tempo e pelo recurso daquela família. Agora em julho nós concorremos com as estações de esqui da Argentina e do Chile. O Caribe é outra concorrência, e não posso deixar de citar Orlando também.

OP - E quando o turista vem, ele vem ao Ceará ou ao Beach Park? O que o move nessa decisão?

Murilo - Boa pergunta. Conversando sobre isso no passado a gente decidiu fazer uma pesquisa e descobrimos que 50% do turista que vem pro Ceará vem por conta do Beach Park.

OP - Existe uma agenda de investimentos hoje no Ceará que diz respeito à segunda residência e a equipamentos compartilhados, como o Hard Rock e outros. Por que vocês não optaram por este modelo?

Murilo - A gente tem um produto que é similar. Ele é de direito de uso, que é o Beach Park Vacation Club. Você compra uma quantidade de pontos que te dá direito de usar o empreendimento conforme os pontos que você tem. Isso bate no que a gente tava falando de priorizar a experiência do que a propriedade. Existe este modelo, que é o que o Hard Rock usa, no qual no fim é você ter uma fração de um imóvel. No que a gente opera desde 2006, já temos 21 mil famílias que são clientes da gente nesse programa. É um ótimo programa porque ele ajuda tanto a família que compra com uma condição boa, em termos de preço, e para o empreendimento a gente consegue nivelar um pouco a questão da alta e baixa temporada.

OP - O que vocês fizeram, ou fazem, com relação a preço nesse momento de crise, para que ainda assim não abrissem mão de um público local?

Murilo - A gente tem vários produtos. Talvez o mito de que sejamos caros é muito por conta do valor da bilheteria. Mas se você analisar o portfólio dos produtos que a gente tem, nós temos vários produtos para vários bolsos. Temos o projeto escola que chega a ser um terço do valor da bilheteria, como também temos o Beach Card, que recebeu uma campanha muito forte nesse primeiro semestre com o Tirulipa. Aquela campanha é focada para o Ceará e para o Beach Card, que é um produto feito para o cearense. Ela foi um sucesso muito grande e aumentou as vendas, mesmo nessa situação de crise econômica.

OP - Como o senhor trabalha gente para que não se tenha somente tecnologia?

Murilo - Essa pergunta é ótima. Hoje temos mais de 2.300 funcionários somente no Beach Park. Agora com a temporada a gente contrata mais 200, e aí vamos para mais de 2.500. Então, cuidar de gente é o que a gente faz o tempo todo. Nós temos um sistema de gestão para poder administrar as pessoas. Nós acreditamos que as pessoas querem fazer um bom trabalho e estruturamos toda a empresa para que as pessoas tenham autonomia e trabalhem direito, oferecendo um bom serviço para os clientes. Além disso, também treinamos os nossos funcionários nas categorias técnicas, gerenciais e humanas. Técnico é o que ele vai fazer ali no dia a dia, gerencial é como isso funciona dentro da empresa e o humano é a questão da inter-relação pessoal, que é fundamental pois você pode colocar os dois primeiros a perder caso tenha uma inter-relação pessoal ruim.

 

Certificação ISO 1.400

Há estudos que provam que as empresas ligadas à visão mais sustentável se tornam mais rentáveis do que empresas que visam ao lucro daquele momento, explica Murilo Pascoal

 

1.000

É o número aproximado de apartamentos com dois ou três quartos do Beach Park

560

Desses apartamentos são hoteleiros, e os outros são condominiais, onde os proprietários usam normalmente como apartamentos de férias e fins de semana

Novo complexo turístico

O novo complexo turístico do Beach Park, em sua primeira fase, trata-se de um parque temático e hotéis de 420 apartamentos, com previsão de entrega para 2022. O parque temático terá como tema a cultura cearense e a natureza, retratadas por meio da arquitetura e de experiências dos hóspedes com pescadores e rendeiras.

O que você achou desse conteúdo?