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Novo home center
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Novo home center

Há mais de seis décadas no mercado, a Acal quer renovar a forma de vender, tanto online como em loja física
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Cabral Neto diz que a missão da Acal é encantar os clientes, mas também os funcionários  (Foto: MAURI MELO/O POVO)
Foto: MAURI MELO/O POVO Cabral Neto diz que a missão da Acal é encantar os clientes, mas também os funcionários

Fundada há 65 anos, a Acal inaugurou ontem nova loja home center. Localizada no bairro Aldeota, o estabelecimento é o sexto empreendimento da rede de materiais de construção. "Agora, a gente consegue expor toda a nossa gama de produtos onde o cliente pode ter um acesso melhor ao nosso material. Ele pode tocar, ver a peça. Nós acreditamos muito naquele ponto. É um ponto estratégico, próximo de uma região muito importante para a Cidade", diz Cabral Neto, diretor comercial da loja e presidente da CDL Jovem Fortaleza.

Ele esteve no programa Mercado Imobiliário, da Rádio O POVO-CBN, com o jornalista Jocélio Leal. O empresário explica todo o processo de implantação da nova loja e também discute as diretrizes internas do negócio no setor. 

O POVO - Vocês abrem um Home Center em plena Aldeota. Como foi que vocês conseguiram negociar o aluguel de parte do terreno da Igreja São Vicente de Paulo? 

Cabral Neto - A Acal sempre quis ter uma loja home center naquela região. A gente já tinha uma lá na Antônio Sales, a nossa loja Conceito, que conta com produtos diferenciados, que vão desde revestimentos a metais, louças sanitárias, entre outros.

OP -  É um posicionamento diferente?

CN - Isso, agora a gente tá entrando com essa loja home center, que abrange uma coisa mais ampla. Só pra ter uma noção de tamanho de venda, a Conceito tem de 500 m² a 600 m², e a home center tem dois mil m². Agora, a gente consegue expor toda a nossa gama de produtos onde o cliente pode ter um acesso melhor ao nosso material. Ele pode tocar, ver a peça. E a gente fez um contrato de longo prazo exatamente para justificar esse investimento naquela região. Nós acreditamos muito naquele ponto. É um ponto estratégico, próximo de uma região muito importante para a cidade, que é a Aldeota, Meireles. Nós sempre tivemos esse sentimento de abrir um home center ali. Lembrando que a gente também tem outras lojas. Como no Centro, por exemplo, que é uma loja tão grande quanto e até mesmo maior.

OP - Como é que vocês planejam esses investimentos em loja física versus essa tendência das pessoas de comprarem pela internet? Como vocês desenham o futuro da empresa nesse dualismo?

CN - A gente hoje tem feito muitas pesquisas. Na verdade, isso tem sido feito desde 2015, quando contratamos uma pesquisa mais ampliada com nossos clientes. E, diante disso, nós buscamos já traçar algumas diretrizes de expansão, e uma delas foi o nosso e-commerce, que a gente lançou no ano de 2018. Fomos a primeira empresa de material de construção no Ceará a entrar nesse segmento. E eu confesso pra você que é uma área ainda mais difícil de realizar vendas.

OP - Por que é mais difícil?

CN - Eu diria que o cliente quer, realmente, tocar no produto. A gente tem uma gama ampla. Eu tenho desde o piso ao revestimento. Da parte de material básica à decoração, como cadeira, um jarrinho de planta, entre outros. A gente tem toda essa gama. Só que o cliente, hoje em dia, ainda carece muito dessa sensação de ir lá na loja, experimentar, sentir a textura do revestimento, entender a tinta. E isso dificulta um pouco. O que a gente acredita e acreditou, no momento da decisão, é que essa tendência é inevitável. A gente vai, participa de feiras e palestras e percebe que é uma coisa que não tem volta. Essa coisa do digital é uma coisa que está presente no dia a dia. E foi isso que fez a gente tomar essa decisão de colocar esse e-commerce. É pro cliente, ali na hora da pesquisa, ir se interessando, procurar a loja e a gente continuar essa experiência dentro dela.

OP - O cliente compara muito o preço quando vai comprar material de construção? Como é o comportamento de quem compra o material?

CN - A gente hoje trabalha bastante esses dados para entender esse comportamento. Não só a pesquisa que a gente contrata, mas também os dados que a gente tem. Hoje a gente usa um sistema de "BI", que faz cruzamento desses comportamentos e o que a gente começou a identificar, a partir do aprofundamento nessa pesquisa, é que o cliente pesquisa, sim, ainda mais com essa economia mais difícil. A maioria fica de, pelo menos, pesquisar em outra loja. É difícil o cliente ali na lata, como a gente diz, já fazer a compra. Dependendo do produto que ele tá comprando e do valor, ele até compra num primeiro momento. Mas quando passa para um valor acima de R$ 1 mil, por exemplo, normalmente ele já faz essa pesquisa, e aí visita outras lojas. A partir disso tem todo um trabalho comercial da loja de estar acompanhando esse cliente, estar junto oferecendo o melhor serviço e também uma negociação para que ele não compre em outra loja.

OP - Você consegue ter um poder de barganha com o tamanho que você tem ou é difícil competir com um gigante por conta do poder de escala que ele pode ter?

CN - Não. Hoje, na realidade, em termos do nosso mix, eu digo que, em 99% dos nossos itens, nós temos um poder de barganha onde conseguimos oferecer o melhor preço para os nossos clientes. Então, nós acreditamos que essa negociação é importante para que a gente possa oferecer um preço agressivo para o mercado.

OP - Você também é presidente da CDL Jovem. O que é a que a experiência de Acal tem levado para a CDL Jovem e o que a CDL Jovem tem levado para Acal?

CN - Eu comecei a gestão no ano passado e herdei uma estrutura muito positiva da CDL Jovem, e o que eu herdo da Acal é um pouco da profissionalização. A gente, na Acal, apesar de ser uma empresa familiar, que muita vezes é vista como uma empresa menos profissionalizada, trata com muito esmero e cuidado essa questão de ter profissionais na gestão. Estamos sempre buscando entregar os resultados com os indicadores claros, com metas claras. E eu busquei trazer isso pra CDL Jovem, dentro de algo possível, porque lá eu também não faço nada sozinho. Assim como na Acal, onde eu dependo da minha equipe, na CDL Jovem nós temos os diretores. São 12 diretores comigo na gestão, todos são grandes líderes, empresários que têm suas empresas, e eu tenho grande orgulho de ter eles como parceiros nesses eventos e projetos. A gente buscou fazer fazer projetos maiores também. Não só os almoços, que hoje são oferecidos para os associados e muitas vezes a gente abre para o público, mas também fazer eventos, como o "Dia Livre de Impostos", que é promovido pela CDL Jovem no primeiro semestre por volta de maio. Nele, a gente busca fazer uma reflexão da carga tributária, é uma pauta que está no governo e a gente acredita que precisa, sim, de uma simplificação. Eu digo muito isso na Acal, aumentou muito a quantidade de pessoas nessa área de fiscal e contábil, e isso dói porque é muito complexo, mudam-se as leis de forma repentina, e o contribuinte, nós que pagamos essa conta, temos que ir atrás porque depois pode vir uma multa. A gente também criou o "Grandes Nomes", que também foi muito bom.

OP - O fato de ser uma rede cearense é um diferencial de que forma? Isso conta para o consumidor?

CN - Eu diria que conta. O consumidor gosta do cearense. A gente tem exemplos de outras empresas, redes de supermercados, que são cearenses e que cresceram bastante nos últimos tempos mesmo com a chegada de grandes redes de outros estados brasileiros. Então a gente acredita que o cearense deve priorizar o que é da casa. E, inclusive, nessa nova loja, nós estamos trabalhando com vários artistas locais que vão fazer um trabalho legal, trazendo isso pra loja.

OP - Vocês que são uma família de empresários, quando vão crescendo e se formando, necessariamente vão para dentro do negócio?

CN - O nosso modelo é: faz um estágio, se quiser. Depois vai pro mercado, aprende. Eu, por exemplo, estagiei, trabalhei fora. Eu sou engenheiro de produção, depois fiz especialização em Gestão de Projetos e em Comércio e Vendas.

OP - Você tem 31 anos. É um desafio também se impor pela idade sem que isso seja um motivo de ceticismo?

CN - Sim, mas depois que a gente mostra serviço, as pessoas ignoram [a idade].

 

Acal Home Center

Onde: Esquina da av. Desembargador Moreira com a rua Beni de Carvalho - bairro Aldeota

Mais informações: www.acalhomecenter.com.br

 

TIME

A Acal entrou, pela oitava vez consecutiva, no Great Place to Work (GPTW) como uma das melhores empresas para se trabalhar. "Nós nos orgulhamos muito de ter um ambiente interno muito positivo, onde a gente busca, primeiro, encantar o colaborador para esse colaborador entregar para o cliente esse encantamento." Os consultores têm um aplicativo de orçamentos e informações para ofertarem uma experiência personalizada ao cliente. Já o app interno GFE (Gestão da Felicidade que Encanta) dá acesso a cursos.

OBRA

A nova home center foi construída em parceria com a CMM Engenharia, que também atuou na expansão da loja da Acal na Messejana.

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