A sensação de liberdade é um dos principais motivos que leva uma pessoa a adquirir um veículo conversível. Com a capota levantada ou não, esses carros chamam atenção por onde passam devido à estética que remete ao luxo, à aventura, imortalizada em cenas célebres do cinema. Em Fortaleza, eles são raros e pouco vistos nas ruas. Contudo, apesar do baixo número de usuários, o público é fiel.
"São muitas particularidades. É realmente para aquele cliente que gosta da sensação de liberdade, de andar com o carro aberto. Para nossa localização, clima, segurança e situação econômica, ficou bem específico comprar esse tipo de veículo. O cliente tem que ter muita vontade de vivenciar essa experiência de andar com o carro aberto, da esportividade", explica Airton Batista, consultor executivo de vendas da Audi no Ceará e com atuação prévia na BMW e Mercedes.
Esse mercado no Estado já foi bem mais "aquecido", segundo Airton. Hoje em dia, a dificuldade de ter clientes com esse perfil é maior porque os que já existiam se desfizeram de seus veículos e optaram por modelos mais "seguros". "O conversível é um carro muito particular, até pelo clima da Cidade. Você não pode usar ele em certos horários pela questão do sol, entre outras coisas. Houve tempos em que cheguei a vender três veículos em um mês. E isso era algo que chamava muito atenção, porque são carros de valor agregado muito alto, eles têm umas particularidades de engenharia bem diferentes. Recentemente, a gente passou a ter uma leve procura, apesar de sutil", ressalta.
No caso de Maria Irismar Furtado, 62, foi a paixão pelos carros esportivos que a fez comprar um veículo conversível. Dona de um Mercedes-Benz C300 Cabrio 2017, ela utiliza o veículo apenas para situações de lazer, principalmente, nos fins de semana. "Fortaleza é uma cidade circundada de praias, então, eu não poderia deixar de desfrutar dessa situação, e nada melhor do que fazê-lo em um carro esportivo. A cidade, infelizmente, está violenta, mas, quando estou dirigindo, não me sinto insegura e, graças a Deus, nunca passei por qualquer situação constrangedora. No dia a dia, utilizo outro veículo, reservando meu 'mimo' só para lazer", afirma a empresária do ramo de alimentos.
Já para Silvânia Mascarenhas, 48, a vontade de viver a experiência de andar com os "cabelos ao vento" foi um dos motivos que a levou a comprar um Mini Cooper Cabrio, da BMW. A fisioterapeuta sempre teve o sonho de ter um carro conversível e sua preferência era pelos esportivos, com quatro lugares e com um custo acessível. "O Mini Cabrio preencheu todos esses requisitos. Eu acho um excelente custo benefício, e ele é um excelente carro. É potente, com tecnologia de ponta, leve e econômico", ressalta.
Apesar de muitos usuários de carros conversíveis preferirem utilizá-los em ocasiões e horários específicos, como no caso de Irismar, o Mini Cooper de Silvânia é um veículo do dia a dia. "Nessas ocasiões, costumo usar ele fechado, pois o calor impede muito o uso da capota aberta", explica a fisioterapeuta, que também anda com o capô levantado quando sabe que irá parar em muitos semáforos.
TOP 4
Lançamentos conversíveis de 2020
1. BMW Série 4 conversível
A aposta da BMW para 2020 é a nova versão da linha Z4. Com valor aproximado de R$ 312 mil, o veículo conta com novidades no painel virtual e novo formato nos faróis. O câmbio é automático de oito marchas, enquanto o motor é o 2.0 turbo, com potência de 352 cv e 35,7 mkgf de torque.
2. Lamborghini Aventador SVJ Roadster
Revelado na última edição do Salão de Genebra, em 2019, a versão conversível do superesportivo da Lamborghini conquistou o topo do ranking do circuito de Nürburgring, na Alemanha, como um dos veículos mais rápidos a dar uma volta no circuito Norte. Com um motor 6.5 V12 e potência de 770 cv e 72 kgfm, a versão cabrio do SVJ Roaster será limitada a 800 unidades e será comercializada a mais de R$ 2 milhões.
3. MINI Cabrio John Cooper Works 2020
Com o câmbio automático de oitos marchas como novidade, a versão conversível do John Cooper Works 2020 vem equipada com um motor turbo 2.0, entregando 231 cv e 32,6 kgfm. Equipado com rodas de liga-leve de até 18 polegadas, o Mini John Works pode ser encontrado nas concessionárias por valor aproximado de R$ 208 mil
4. Chevrolet Corvette C8 2020 Conversível
Primeiro conversível com teto rígido da história do Corvette, o modelo de 2020 conta com um motor 6.2 V8 e câmbio automático de dupla embreagem com oito marchas. Ele ainda promete entregar ao cliente 497 cv de potência e 64,3 mkfg. Mais largo que a versão anterior, o Corvette C8 possui um preço aproximado de R$ 280 mil.
Os prós e contras
A questão da segurança está entre os principais pontos questionáveis. Há um certo receio quanto à capota de lona, por acreditarem que ela não protegerá o automóvel de tentativas de furto, diz Airton Batista, consultor executivo de vendas da Audi no Ceará. Algumas empresas passaram a trabalhar com a capota de alumínio, a chamada capota rígida. "Hoje em dia, as capotas, mesmo de lona, são feitas de materiais bem resistentes a objetos cortantes. É bem mais segura."
O seguro do conversível possui um preço mais aguçado exatamente por conta dessa vulnerabilidade de alguns itens, inclusive a capota, principalmente em termos de vandalismo. "Contudo, vale ressaltar que o custo de manutenção do carro é normal. O conversível sempre deriva de um carro esportivo que é fechado por natureza. Nenhum deles são feitos, essencialmente, conversíveis. Então a mecânica dele é igual. O que vai diferir é o seguro latente do uso", explica.
"Sem dúvidas, ele entra no âmbito da motocicleta. Quem busca uma motocicleta passa um risco muito grande para andar em cima de duas rodas, pra ter aquela sensação vento, de liberdade. E o carro conversível proporciona isso, só que com bastante segurança, luxo", finaliza Airton.
O que diz a lei
Vale ressaltar que, conforme o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), não existe qualquer lei que determine em que locais a capota pode ou não ser aberta. Fica a critério do motorista. O que continua sendo obrigatório é o uso dos equipamentos de segurança, como cinto.