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O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirmou ontem que não aceitará um resultado das eleições que não seja o de vitória dele.
A declaração foi dada após o jornalista José Luis Datena, da Band, perguntar qual seria a reação das instituições militares em caso de vitória do candidato do PT, Fernando Haddad.
"Sobre as instituições militares aceitarem o resultado, eu não posso falar pelos comandantes. Eu, pelo que eu vejo nas ruas, não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição. Isso é um ponto de vista fechado", disse o presidenciável em seu quarto no Hospital Albert Einstein. Bolsonaro receberá alta neste fim de semana.
Questionado se esta opinião não seria antidemocrática, Bolsonaro negou e criticou os métodos utilizados nas eleições brasileiras. "É um sistema eleitoral que não existe em nenhum outro lugar do mundo. Eu apresentei um antídoto pra isso, mas a senhora Raquel Dodge (procuradora-geral da República) questionou o argumento", disse.
O presidenciável também comentou as falas do general Hamilton Mourão, o vice de sua chapa, que criticou o 13º salário em uma palestra. Bolsonaro disse que já havia advertido Mourão a evitar falar em público para evitar "dor de cabeça".
"Falei: com todo respeito, general, daqui pra frente, até as eleições, o senhor não fala mais nada", disse. Bolsonaro afirmou também que faltou "malícia" de Mourão no trato com a imprensa. "Um vice geralmente não apita nada, mas atrapalha muito", acrescentou.
Ele disse também que, por recomendações médicas, não poderá sair de casa até o dia 10, mas que vai aproveitar o momento para "estar mais ativo nas redes sociais". Depois deste prazo, Bolsonaro disse que não pretende ficar exposto ao público, não para evitar uma segunda agressão, mas com medo, por exemplo, "de um abraço de um fã".
Bolsonaro também falou sobre o divórcio entre ele e sua ex-mulher. Ele defendeu-se de reportagem publicada pela revista Veja que detalha o processo de divórcio entre o candidato e sua segunda ex-mulher, Ana Cristina Valle. No documento, ela o acusa de ter gastos incompatíveis com a renda de parlamentar e, até mesmo, de ter roubado dinheiro e joias de um cofre que mantinha num banco.
O presidenciável disse que o processo do divórcio "deu um probleminha ali", mas que nada do relatado pela revista aconteceu.
"Em uma separação, é comum ter problema, é litigiosa. As cotoveladas acontecem de ambas as partes. Ali, tem a partilha de bens, tem a guarda do filho. A própria ex-companheira minha disse claramente que, de sangue quente, fala-se de coisas que não existem", disse.
DECISÃO
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, na noite de ontem, a liminar que permitia entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao jornal Folha de S. Paulo.
LIMINAR
Liminar suspensa havia sido concedida pelo também ministro do STF Ricardo Lewandowski. A decisão de Fux será submetida ao plenário da Corte para ser ou não referendada.