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Três mil fósseis encontrados em Itapipoca foram destruídos
Reportagem

Três mil fósseis encontrados em Itapipoca foram destruídos

Prejuízo.
Edição Impressa
Tipo Notícia

 

Cerca de três mil fósseis cearenses foram destruídos pelo fogo durante incêndio no Museu Nacional. As peças haviam sido coletadas em uma expedição científica que o Museu havia realizado no Ceará no ano de 1961, quando dois pesquisadores foram designados para estudar fósseis de mamíferos gigantes da megafauna do Estado. O paleontólogo Carlos de Paula Couto e o geólogo Fausto Souza Cunha, dois grandes nomes da instituição, ambos já falecidos, foram os responsáveis pela investigação.

 

Atraído pela divulgação de achados fortuitos no Ceará na década de 1950, o Museu Nacional decidiu enviar seus especialistas. A expedição andou por vários municípios antes de escolher Itapipoca como local das escavações. Ao todo, ficou no Estado por 40 dias, mais da metade dos quais dedicados ao trabalho de escavação e coleta dos cerca de 3 mil fósseis. "Estavam lá, entre as peças mais representativas, uma preguiça gigante, um mastodonte, um tigre dente de sabre, tatus gigantes, todos animais extintos no final da Era do Gelo, há cerca de 10 mil anos", explica o geólogo e paleontólogo Celso Ximenes, que é também idealizador e curador do Museu de Pré-História de Itapipoca, fundado após a expedição do Museu Nacional.

 

A instituição carioca também recebia, por meio de um convênio de cooperação com a Universidade Regional do Cariri (Urca), uma série de peças. "Eles tinham um dinossauro nosso, o primeiro da Formação Ipubi (Bacia do Araripe) encontrado em Santana do Cariri há um ano. 

Era um dinossauro petrolizado, muito rico em matéria orgânica. 

 

Também estavam com um crocodilo, uma nova espécie, da Formação Romualdo, encontrado em Araripina. E mais rãs, insetos, anfíbios, escorpiões, aranhas", lamenta o paleontólogo Álamo Feitosa, curador do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, vinculado à Urca.

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