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O próximo trimestre no Ceará tem 40% de chances de ter chuvas em torno do média. Prognóstico divulgado ontem pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) aponta ainda 30% para chuvas acima da média e 30% para abaixo da média. Isso não garante, porém, uma quadra chuvosa significativa. De acordo com Eduardo Sávio, presidente do órgão, os modelos de previsão estão indicando diminuição de precipitações a partir de abril.
A Funceme havia confirmado anteriormente a incidência do El Niño na estação chuvosa cearense deste ano. No entanto, de acordo com o presidente do órgão, o fenômeno não deve atuar de maneira significativa enquanto a atmosfera não responder ao aquecimento do Oceano Pacífico. "Em algum momento desses próximos três meses a resposta deve vir, impactando nas chuvas", aponta Eduardo Sávio. A probabilidade divulgada ontem é relativa a fevereiro, março e abril, os meses mais chuvosos da quadra, que se estende até maio.
Chuvas em torno da normal histórica no primeiro trimestre da quadra (de fevereiro a abril) significam média entre 433,1 e 587,1 milímetros (mm). Para os quatro meses, passa para 600,7 mm.
Outra preocupação, apesar de as precipitações de pré-estação estarem sendo acima da média, é com o Centro-Sul do Estado, onde estão localizados os açudes com maior capacidade hídrica, como o Castanhão, o Orós e o Banabuiú. O indicativo é de que as chuvas nesta região sejam abaixo da normal histórica. Já o Norte do Ceará tem indicativo para além da média.
Apesar destas especificidades regionais, as chuvas desta quadra serão mais distribuídas, o que favorece a agricultura. Em termos de recursos hídricos, precipitações mais concentradas seria mais ideais, conforme o presidente da Funceme.
Élcio Batista, chefe da Casa Civil do Ceará, que compareceu ao Palácio da Abolição em nome do governador Camilo Santana (PT) frisou: "As situações de seca que vivemos no passado, acredito que não se repetirão. Espero que tenhamos boas chuvas e que os órgãos de meteorologia e recursos hídricos continuem fazendo um bom trabalho".
No comparativo com o relatório do ano passado, o prognóstico deste ano é menos favorável. Em 2018, a Funceme apontou probabilidade de 40% de chuvas acima da média e a quadra findou com 600,5 mm, ligeiramente abaixo da normal histórica. O ano passado representou um salto em relação aos últimos anos da história de seca do Estado; 2012, ano de extrema estiagem, teve a quadra chuvosa terminando com 302,5 mm.
Em linhas gerais, a chuva que cairá nestes próximos meses deve ser apenas suficiente para atravessar 2019, segundo Eduardo Sávio.
Média
Chuvas em torno da normal histórica no primeiro trimestre da quadra (de fevereiro a abril) significam média entre 433,1 e 587,1 milímetros. Ao incluir maio, a média passa para 600,7 milímetros.