Crescimentos no número de registros que, no Ceará, ultrapassam o de outros patamares, como o de microempresa, por exemplo. Ainda assim, o microempreendedor individual (MEI) passa por problemas que envolvem o motivo pelo qual abriram o negócio e a falta de educação financeira. É o que aponta o mestre em Administração Plácido Castelo.

"O empreendedor surge de duas grandes formas: por oportunidade ou por necessidade. A atitude empreendedora mais sadia é aquela que enxerga a oportunidade. Mas a necessidade faz com que se inicie precocemente um negócio mesmo sem estar preparado", indica. De acordo com Alci Porto, diretor técnico do Sebrae Ceará, 50% dos MEIs iniciam um negócio por precisarem. "Com isso, não se prepara, não faz plano de negócios, não pesquisa a clientela, não se considera a grande concorrência".

Em 2018, com o desaquecimento da economia, o Ceará apresentou uma redução de 20% no número de MEIs, em relação ao mês de fevereiro do ano anterior. Essa mortalidade, para Plácido, tem relação com falta de acesso à educação empreendedora. Conforme o perfil traçado em 2017 pelo Sebrae, apenas 22% dos MEIs fazem algum curso de administração financeira. Com atendimento gratuito pelo Sebrae garantido, Porto aponta que 78% daqueles que são atendidos na instituição sobrevivem; enquanto os que não procuram os serviços sobrevivem menos de 40%.

O Sebrae está fazendo um trabalho online para que os MEIs recebam orientação via SMS, com datas de recolhimento dos tributos e de novas capacitações.

Educação financeira foi o diferencial para Sabrina Cassiano. Com as contas organizadas, a empreendedora se impõe metas. "Além dos dois boxes (no Beco da Poeira), ainda tenho um sonho de abrir uma loja no meu bairro, mais ampla, com vitrine de vidro e ar-condicionado, contratar mais pessoas. Montar aquela loja de bairro bem topzinha".