Logo O POVO+
A playlist de Nicaele e Jefferson
Reportagem

A playlist de Nicaele e Jefferson

Nicaele Pinheiro & Jefferson Costa
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Nicaele Pinheiro e Jefferson Costa (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES Nicaele Pinheiro e Jefferson Costa

Nicaele trabalhava como técnica de rádio. Todas as tardes, enquanto ajustava a programação que iria encher os corredores do Cuca Jangurussu, recebia pedidos para execução de músicas. Como se estivesse em uma quermesse do Interior, Jefferson solicitava os sucessos de seus artistas favoritos - indo de Red Hot Chili Peppers até Neil Young. A maioria das canções era desconhecida para Nicaele - que continuava atendendo as requisições. Juntos, o fotógrafo e a jornalista são um mistério para o algoritmo do Spotify.

Ela gosta de música sertaneja, escuta Jorge & Mateus e vai ao Villa Mix. Ele é um roqueiro, ouve Red Hot Chili Peppers "desde moleque" e frequenta rodas de punk. O amor deles é tão improvável quanto o encontro da banda Fresno com a dupla Chitãozinho e Xororó. Pode até parecer impossível, mas aconteceu. "Por ter trabalhado com rádio, eu escuto muitas referências musicais diferentes, mas sou uma ouvinte mesmo de sertanejo. Não é que não goste do rock. Apenas não iria procurar sozinha", diz Nicaele - lembrando que, após o namoro com Jefferson - já dura dois anos -, foi apresentada a bandas e cantores que desconhecia.

A entrevista para essa matéria aconteceu em uma tarde de sábado - após o casal passar a manhã inteira no Centro da Cidade vasculhando lojas e sebos em busca de CDs para Jefferson. De mãos dadas, Nicaele e Jefferson - agora noivos! - frequentam os mais variados eventos. A história deles é baseada em amizade e companheirismo para driblar a diferença no gosto musical. E, assim, eles vão juntos do festival Villa Mix até as festas alternativas no Casarão Benfica. "Existindo companheirismo, amizade e diálogo, tudo dá certo. É só questão de querer. Somos amigos. Acima de tudo tem que ter amizade", explica Jefferson, quando indagado sobre como lidar com uma seleção musical tão diferente. Quando indagado sobre as idas aos eventos de artistas sertanejos, entretanto, ele gargalha. "É outra cultura, é outra galera. Mas se não fosse pela minha namorada, que se tornou noiva agora, eu jamais iria", completa o fotógrafo de 30 anos.

Para além das disparidades nas playlists, o casal tem seus gostos comuns. "Às vezes, rola uma brincadeira dele falando de algumas letras do sertanejo, acontece! Não dá certo na música, mas vamos procurando outras atividades", elucida Nicaele, que tem 28 anos. É assim com os filmes e com as séries de televisão, por exemplo. Desde que começaram a namorar, ela diz, passaram a procurar juntos produtos audiovisuais para assistir em parceria. Vão testando diferentes gêneros até encontrar a obra cinematográfica que agrada ambos. No processo, há muitas idas aos cinemas da cidade e muitas tardes passadas vasculhando os catálogos dos serviços de streaming - tudo, claro regado à pipoca. "Se você souber relevar, o amor supera as diferenças. Mas se a pessoa for 'cabeça dura', fica mais difícil. Se você realmente gosta e se importa com a pessoa além do gosto musical, dá pra levar o relacionamento, sim", explica Nicaele. E é de uma das duplas favoritas da jornalista que vem a música do casal: Flor, da dupla goianiense Jorge & Mateus.

O que você achou desse conteúdo?