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A disparidade de salários entre mulheres e homens
Reportagem

A disparidade de salários entre mulheres e homens

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Os valores destinados às vencedoras da Copa do Mundo de Futebol Feminino da França são pouco mais 10% do que receberam os campeões da Copa do Mundo Masculina de 2018. Enquanto as mulheres receberão prêmio de US$ 4 milhões (R$ 15,4 milhões na atual cotação), o homens embolsaram ano passado US$ 38 milhões (R$ 146,5 milhões) pela vitória. a discrepância é ainda maior no investimento global da Fifa nos participantes. Enquanto a entidade máxima do futebol destinou US$ 30 milhões (R$ 115 milhões) para premiações do torneio feminino deste ano, o custeio do masculino totalizou US$ 400 milhões (R$ 1,5 bilhão) em 2018. Os números, divulgados pelo site The Conversation, botam luz na disparidade salarial discutida em âmbito mundial.

Além da campanha encabeçada por Marta e suas chuteiras sem patrocínio, a Go Equal — que pede igualdade salarial entre os gêneros —, outras iniciativas lutam pelo mesmo objetivo. O cerne do abismo que separa os rendimentos financeiros e o tratamento que se dá ao futebol feminino e masculino está, claro, nas receitas que a modalidade para homens gera. Contudo, nem mesmo nos Estados Unidas, em que o futebol de mulheres é mais lucrativo, há igualdade. Por isso, a seleção feminina dos Estados Unidos entrou com processo por discriminação de gênero contra a Federação Americana de Futebol, pedindo as mesmas condições financeiras do time masculino.

No Brasil, Bruno Formiga, comentarista do Esporte Interativo na TNT e no Space, credita a disparidade a um ciclo vicioso. "O mercado é muito claro, paga proporcional ao retorno que tem. É preciso começar um ciclo virtuoso de investimento, campanhas, exposição, mídia", indica. Ainda que seja um caminho longo, Renata de Medeiros acredita que algumas iniciativas pontuais de marcas já nesta Copa podem gerar essa corrente.

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