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Queimadas aprofundam processo de desertificação
Reportagem

Queimadas aprofundam processo de desertificação

Técnica de baixo custo. Agricultura
Edição Impressa
Tipo Notícia

Cultura arraigada do produtor rural, as queimadas, a longo prazo, levam ao processo de desertificação. Conforme Leonardo Borralho, coordenador do Previna e Articulador das Unidades de conservação estaduais, pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), "as queimadas causam o empobrecimento gradativo do solo, a formação de áreas degradadas, contribuindo com o processo de desertificação no Estado, já vulnerável por questões de ordem climática pela sua semiaridez histórica".

"A queimada é uma técnica muito utilizada, porque ela é mais barata. Quando o terreno fica em descanso, é comum que cresça vegetação nativa. Os agricultores queimam como uma forma de aplainar o solo. A safra seguinte fica boa, porque as cinzas depositam nutrientes, mas a queimada mata os microrganismos e ao longo dos anos arruína a fertilidade do solo", indica o biólogo Sandino Moreira Silva, coordenador de Educação Ambiental da Associação Caatinga.

Sandino destaca diversas técnicas de manejo do solo ecologicamente sustentáveis, como os sistemas agroflorestais e técnicas mandala. Em ambas, há uma configuração de produção agrícola com convívio com a mata nativa. Contudo, o biólogo acredita que a educação ambiental de produtores não pode se limitar ao discurso.

"O agricultor precisa de alguma garantia de que a técnica pode funcionar. Apenas uma proibição por lei, sem um acompanhamento técnico consistente, não consegue vingar uma mudança de cultura. Qualquer técnica bem demonstrada é bem aceita pelo trabalhador", acredita.

 

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