"Não faz sentido alterar isso agora". A afirmação é do secretário do Turismo do Estado, Arialdo Pinho, sobre a inclusão de Jericoacoara no pacote de privatizações do Governo Federal. Isso porque o Governo do Ceará praticamente acabou de aprovar, no último dia 29 de julho, a criação de distritos turísticos, começando com o Parque Nacional, para incentivar a instalação de novos empreendimentos nestes locais.
A ideia era criar um conselho deliberativo, que ficaria encarregado de fiscalizar o cumprimento das restrições das áreas, sugerindo a adoção de ações concretas para coordenação e execução de uma política de sustentabilidade, por exemplo.
"O Parque Nacional de Jericoacoara sempre teve uma gestão de baixa qualidade pelo ICMBio. E neste ano foi completamente desleixada, tenho a visão que foi propositalmente que deixaram quase sem gestão, até uma questão política para chegar a este momento", contesta Arialdo.
Ele complementa que o Parque Nacional de Jericoacoara é o menor do País e suas terras "nominalmente e de direito" ainda pertencem ao Ceará e nunca foram sequer indenizadas pelo Governo Federal.
"Tenho a certeza que pelo investimento que o Estado vem fazendo, juntamente com Prefeitura e com a comunidade da vila de Jericoacoara, seria mais saudável para região e para o Ceará tocar o seu próprio destino. Temos estabelecido um projeto inovador no setor turístico brasileiro, temos metas ousadas e sabemos o caminho para onde queremos chegar. Tudo isso acompanhado de um forte programa de preservação do parque. O Governo do Estado tem trabalhado para um turismo sustentável na região. Não faz sentido alterar isto agora", frisa.
Com a notícia de privatização para os serviços de Jericoacoara, o prefeito de Jijoca de Jericoacoara, Lindbergh Martins (SD), já espera reunião com o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, até a próxima semana. O objetivo é discutir essa inclusão do Parque Nacional, hoje gerido pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), no pacote anunciado ontem.
"Não posso dizer que fui pego de surpresa, porque já se falava sobre privatização há tempos. Agora vamos obter informações sobre o projeto, o que é previsto. O que sempre nos passam é que haverá investimentos, que são bem-vindos contanto que não prejudique os nativos, nem quem vive de Jeri, nem as cidades vizinhas", diz Lindbergh. (Colaborou Lucas Braga)