O primeiro registro da atuação de facções criminosas no Ceará ocorreu em setembro de 1992. Há 27 anos, conforme mostrou O POVO à época, nove criminosos do Rio de Janeiro, ligados ao Comando Vermelho e liderados por "Beto Playboy", eram acusados de sequestrar em Fortaleza a empresária Paula Queiroz, cunhada do então maior líder político do Estado, Tasso Jereissati (PSDB).
Meses depois, José Ribamar Soares, o "Mázio", revelava que a facção organizava e fornecia armas para assaltos no Nordeste, inclusive no roubo de Cr$ 11,7 bilhões de uma agência do Banco do Brasil em Juazeiro do Norte - à época o maior roubo da história do País.
Notícias relatando a atuação local do Comando Vermelho continuariam a surgir em todos os anos seguintes no Ceará. Naquela época, no entanto, as ações pareciam mais pontuais, com clara coordenação do Rio e envolvendo ainda criminosos cariocas.
Em abril de 1993, o diretor do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), hoje desativado, descobriu um plano de fuga em massa. Segundo a denúncia, criminosos vindos do Sul com "muito dinheiro para a execução de um plano de fuga" tentaram até aliciar policiais militares para a "missão". (Carlos Mazza)