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Busca por Ensino a Distância no Estado é concentrada em Fortaleza
Reportagem

Busca por Ensino a Distância no Estado é concentrada em Fortaleza

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Dentre as 300 mil matrículas monitoradas nos cursos presenciais ou a distância na plataforma Quero Bolsa, 9,5 mil estudantes eram do Ceará. Dos indivíduos interessados em graduação online, 69% das buscas partiram de indivíduos da Capital, a outra parte, 31%, do Interior. Já no Nordeste, 54% foram nas capitais.

Para além da média regional, o Ceará é o 7º do País a ter buscas concentradas na Capital. Empatado com outros estados da Região: Rio Grande do Norte e Piauí. Na concentração de buscas está o Distrito Federal (100%), Roraima (95%-5%), Amazonas (92%-8%) e Amapá (82%-12%). São justamente esses estados os responsáveis por colocar a região Norte com maior concentração de buscas dos alunos.

Questionada se a baixa procura a partir de locais distantes dos grandes centros urbanos é devido ao difícil acesso à internet ou à disponibilidade de aparatos tecnológicos, Lana Crivelaro, coordenadora do Núcleo Regional Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) no Ceará, crê que não.

Ela aponta o Cinturão Digital presente no Nordeste, principalmente no Ceará, que tem ajudado cidades interioranas. Em relação à Fortaleza, a especialista exemplifica a chegada da empresa Angola Cables na Capital, que melhorou o acesso aos meios online nos municípios mais afastados.

"Não significa que eu tenha internet ruim. É a falta de conhecimento tecnológico do usuário. Óbvio que têm alguns lugares aos quais não chega (internet). Depende o que e como as instituições colocam. Se disponibilizam vídeos longos e pesados, trava. Pois depende do tipo de computador que o aluno usa. Às vezes, o equipamento tem memória baixa e velocidade lenta."

Rui Gonçalves, gerente de Relações Institucionais da plataforma Quero Bolsa, tem uma visão diferente. Para ele, o grande desafio do EAD é levar o serviço para onde tem problemas de infraestrutura, principalmente aos locais onde falta internet. "Quando a gente fala de inclusão digital, não adianta ter essa tecnologia disponível se eu não tenho o canal para isso, que é a internet."

"É preciso deixar de ser apenas uma opção mais barata de cursar, tem que ser a segunda opção. Não se pode dar continuidade na lógica do sistema de ensino para quem pode pagar e outro para quem não consegue. A gente já tem esse problemas no Ensino Básico e começa a criar no Ensino Superior também", analisa. (Ítalo Cosme e Clara Menezes/Especial para O POVO)

 

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