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Discussões sobre o projeto
Reportagem

Discussões sobre o projeto

Divergências
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Tipo Notícia

As obras na Beira Mar trouxeram várias discussões entre ambientalistas, estudiosos e políticos. Após questionamentos sobre os possíveis impactos na fauna, flora e no meio marítimo, as obras de dragagem do aterro da Beira-Mar ficaram na dependência da atualização do projeto de impacto ambiental, que havia sido emitido ainda em 2011, na gestão da ex-prefeita Luizianne Lins (PT).

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou em setembro último a complementação aos Estudos de Impactos Ambientais (EIA) por ter percebido "indícios relevantes" de que as licenças ambientais tinham apenas "natureza protocolar", ou seja, foram criadas somente para que o projeto tivesse continuidade e não averiguava, de fato, todos os requisitos necessários para a liberação.

O órgão, então, sugeriu a revisão e a complementação dos estudos técnicos, seguindo a solicitação de movimentos ambientalistas que buscaram a Procuradoria da República no Ceará em agosto deste ano. O diagnóstico foi divulgado em outubro pelo Laboratório de Gestão Integrada da Zona Costeira da Universidade Estadual do Ceará (LAGIZC/Uece) e concluiu que não haveria impactos negativos significativos.

No aspecto político, também aconteceram questionamentos na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa. Os deputados estaduais Renato Roseno (Psol), Roberto Mesquita e Capitão Wagner, do Pros, criticaram o valor do empréstimo contraído pela Prefeitura (R$ 120 milhões) junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). "Se trata de concentração de recursos públicos em um momento crítico da economia, e ainda por cima em uma região já bastante privilegiada", destaca Roseno.

A primeira engorda de praia também causou polêmica à época e foi lembrada por entrevistados pela reportagem no calçadão da Beira Mar. Feita em 2000 pelo ex-prefeito Juraci Magalhães (PMDB), teve como principal justificativa a necessidade de conter o avanço do mar. O projeto motivou reclamações de ambientalistas e técnicos, que diziam que a ampliação da faixa de praia em 100 metros provocaria alteração nas correntes marítimas e poderia causar o avanço do mar em outras áreas, principalmente nas praias de Iparana, Pacheco e Icaraí, em Caucaia.

 

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