Governador da Bahia, o petista Rui Costa disse que os governadores do Nordeste esperam que a interlocução com o presidente Jair Bolsonaro melhore em 2020. "A gente sempre quer que o Brasil volte a dialogar, se unir, volte a funcionar o pacto federativo", afirmou.
De passagem por Berlim, onde esteve ao lado de outros chefes de Executivo acompanhando o Consórcio do Nordeste em negociações de interesse da região, o governador falou ao O POVO sobre a agenda econômica que os nordestinos apresentaram.
Última parada do périplo de cinco dias, a Alemanha foi um dos países visitados pelos governadores, entre eles o também petista Camilo Santana, do Ceará. Antes, eles haviam passado por Itália e França. Não por acaso, ao menos dois dos três países já estiveram na linha de tiro da diplomacia brasileira, a cargo de Ernesto Araújo. Lá, os governadores buscaram parcerias para projetos de desenvolvimento sustentável.
O POVO - Como foi a participação do bloco de governadores na viagem à Europa?
Rui Costa - Foi extremamente positiva. Os objetivos foram alcançados, que eram dar visibilidade ao Nordeste, apresentar áreas em que possuímos projetos em que temos vantagens competitivas para atrair investimentos, além das áreas de parceria institucional. Foi um sucesso. No passado essas viagens foram feitas isoladamente por cada governador. Mas os frutos não virão na semana seguinte. Tem que cuidar, regar, para que deem frutos.
OP - Pode citar um exemplo de parceria institucional?
Rui Costa - Por exemplo, assinamos com a França acordo para promover políticas de preservação ambiental. Vamos desdobrar essas ações para
outros estados.
OP - Qual o saldo do consórcio neste ano de criação, em que houve muito atrito com o Governo Federal?
Rui Costa - Temos de saldo uma ação concreta, que foi a compra de medicamentos (feita conjuntamente pelos nove estados da região). Faremos compra de material hospitalar agora. Estamos apenas ajustando com os secretários de Fazenda de cada estado e nivelando a questão das alíquotas. É importante que tenhamos alíquotas únicas. Por isso vamos alinhar para facilitar (a aquisição dos equipamentos).
OP - Como projeta o futuro do bloco em 2020?
Rui Costa - Nós vamos continuar avançando no compartilhamento de projetos, como o da Paraíba, do "preço justo". Um projeto belíssimo de dar acesso ao cidadão com benefício da nota fiscal eletrônica, de acompanhar e ver que supermercado está vendendo mais barato. Para cada estado não reinventar a roda, vamos adotar. Isso significa economia de dinheiro e de tempo, com serviços ganhando rapidez e incorporando projetos e ações que outros estados estão sendo feito.
OP - Espera que as relações com o governo federal melhorem em 2020?
Rui Costa - A gente sempre quer que o Brasil volte a dialogar, se unir, volte a funcionar o pacto federativo, e nós vamos trabalhar para isso.