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Apesar de leve redução, Ceará é o 2º do NE em mortes violentas
Reportagem

Apesar de leve redução, Ceará é o 2º do NE em mortes violentas

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Tipo Notícia

No Ceará, embora com tímida redução de 1,7%, o número de mortes violentas permanece alto. Somente em 2018, foram 6.737 óbitos nesta categoria, 12,4% de todos os óbitos registrados do ano. Em 2017, o Estado ocupava a terceira posição da região Nordeste no número de mortes violentas, mas agora é o segundo, atrás apenas da Bahia, que registrou 9.996 mortes.

A maior concentração da violência letal no Ceará foi nos municípios da Região Metropolitana de Fortaleza, com 3.263 óbitos, ou 48,4% de todas as mortes violentas no período. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Sergipe e Ceará apresentaram 80% ou mais dos óbitos masculinos na faixa de 15 a 24 anos por causas não naturais, liderando o ranking no quesito, para o qual são considerados acidentes de trânsito, afogamentos, suicídios, homicídios, quedas acidentais, dentre outras.

De 2008 para 2018, a mortalidade por causas externas de homens dessa faixa etária aumentou em 16 das 27 unidades da federação, com maiores aumentos no Norte e Nordeste. Os estados das duas regiões mostraram os maiores aumentos, com destaque para Sergipe (113,8%), Ceará (113,6%) e Roraima (100%). Por outro lado, houve quedas significativas no Paraná (-49,9%), Espírito Santo (-45,4%) e São Paulo (-37,8%).

De 1988 a 2018, a sobremortalidade masculina por causas externas dos 20 aos 24 anos cresceu 46,6%. E as mortes por causas externas atingiram, nessas idades, 11 vezes mais homens do que mulheres, aproximadamente. Ou seja, um indivíduo do sexo masculino de 20 anos tinha 11 vezes menos chance de completar os 25 anos do que uma pessoa do sexo feminino. Em 1988, este valor era de 7,3 vezes; um acréscimo de 46,6% no período.

Contudo, se forem considerados somente os registros de óbitos por causas naturais no grupo de 20 a 24 anos, um homem de 20 anos teria 2,2 vezes mais chance de não completar os 25 anos do que uma mulher na mesma idade.

No Brasil, ao se analisar a série histórica desde 1978 por idade, observa-se uma queda significativa na proporção de óbitos de crianças menores de um ano e de menores de cinco anos, passando de 26,9% e 32,6% para 2,4% e 2,8%, respectivamente. Por outro lado, com o envelhecimento populacional, os óbitos de pessoas com 65 anos ou mais passaram de 30,1% em 1978 para 59,8% do total de óbitos registrados em 2018.

"As melhorias nas condições sanitárias, no acesso ao saneamento básico, na distribuição de medicamentos e no aperfeiçoamento de vacinas e outros meios de medicina preventiva deram início ao processo de declínio da mortalidade, beneficiando, principalmente, as crianças menores de 5 anos de idade", divulgou o estudo.

Pessoas que até então não conseguiam alcançar as idades mais avançadas, em função do alto nível de mortalidade, começaram a envelhecer, fazendo com que o número de óbitos registrados de pessoas de 65 anos ou mais de idade aumentasse ao longo desse período.

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