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Além da educação financeira
Reportagem

Além da educação financeira

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A consciência acusa, as contas estão no vermelho, mas as dívidas continuam acumuladas. Às vezes, os caminhos para se livrar dessa situação até são conhecidos, mas o que falta geralmente é atitude para mudar completamente a gestão financeira da família.

Érico Veras Marques, pesquisador da área de finanças pessoais e comportamentais da UFC, lembra que essa é uma realidade de muitas famílias brasileiras. Segundo explica, só o conhecimento técnico não adianta para equilibrar a vida financeira, sendo preciso aplicá-lo. Na prática, não ter gastos maiores que os rendimentos. 

Apesar dessa difusão de conhecimento, mais de 55 milhões de brasileiros superendividados estão inadimplentes. E, de acordo com a CNDL/SPC Brasil, a faixa etária de idade entre 40 a 49 anos houve uma estabilidade (0,7%). Nas demais faixas houve alta, como o avanço de 1,6% entre 50 e 64 anos e o crescimento de 3,8% considerando os idosos de 65 anos ou mais. Por outro lado, a inadimplência caiu entre os mais jovens .

Outro levantamento da CNDL/SPC Brasil revelou que três em cada dez brasileiros gastam mais do que podem nos presentes de Natal. Atitudes impensadas levaram 15% dos consumidores que presentearam em 2018 a ficar com nome sujo. O valor médio das dívidas é de R$ 847. Para Érico Veras Marques, esse impulso é o principal vilão. "É preciso disciplina, pois é uma questão comportamental".

"É preciso para e rever alguns valores. O nosso consumo acontece em razão daquilo que damos valor, ou seja, há diferença entre as pessoas que prezam por um bom restaurante, roupa, carro. O que é ganhar bem? Não é fácil na nossa sociedade, consumista, colocar limites. Então, trabalhamos com um conceito de finanças comportamentais que vai além da educação financeira, a técnica. Passar por uma mudança de mentalidade", explica.

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