Na avenida Heráclito Graça, entre as ruas Ildefonso Albano e Antônio Augusto, mora Daiana Brito, 30 anos. Desde que nasceu, ela convive com os alagamentos constantes no local onde corria o riacho Pajeú, hoje canalizado no subterrâneo.
Embora ações de limpeza de bueiros e canais ajude, a situação se repete todo período chuvoso. "Eu já perdi muita aula e muito dia de trabalho por conta do alagamento. É impossível se deslocar. A gente tem que improvisar. Há uns 10 anos derrubamos toda a nossa casa e praticamente construímos outra mais alta e com um aterramento melhor. Agora a água não entra mais, porém não dá pra entrar e nem sair de casa quando alaga", conta.
O comércio na região também é afetado. Olimpio Negreiros, gerente de uma concessionária de carros usados, explica os prejuízos anuais. "Só quem tem comércio ou mora aqui sabe o que a gente passa. A água entra até o meu escritório, as paredes são todas danificadas. Deixa o prédio com muitas marcas de infiltração. Eu acho que vai muito da falta de educação das pessoas que preferem jogar lixo no chão e ver o lixo voltando pra sua casa no meio da água", critica.
"A rede atual de drenagem está bastante comprometida com lixo, ligações clandestinas e interrupções da rede causadas por construção de prédios em cima da galeria de drenagem. Precisamos fazer toda uma nova construção. Onde passa a avenida, era um rio, então é por isso que lá vira praticamente um rio. Temos intenção de lançar o edital (para obras de drenagem) em fevereiro, no mais tardar, março, para iniciar as obras ainda no primeiro semestre", afirma a titular da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), Manuela Nogueira.
Em abril do ano passado, o prefeito Roberto Cláudio anunciou a construção de uma pequena barragem para acumular a água da avenida. À época, ele afirmou que havia assinado um financiamento de R$ 550 milhões com o Ministério da Fazenda para obras de drenagem.