A Organização Mundial da Saúde (OMS) exortou ontem o "mundo inteiro a agir" na luta contra o novo coronavírus, que já matou 170 pessoas na China e infectou quase 8 mil. "O mundo inteiro tem que agir", disse Michael Ryan, chefe do programa de emergências da entidade.

O secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu, tuitou que a maioria dos novos casos estão na China. "Apenas 1% foram registrados no dia de hoje (ontem) em outros países". No entanto, devido ao "risco de propagação global", Ghebreyesu convocou o Comitê de Emergência para determinar se "a epidemia atual constitui uma urgência de saúde pública de alcance internacional", acrescentou.

Enquanto isso, vários países começaram a evacuar seus cidadãos na cidade de Wuhan e na maior parte da província de Hubei, isolada por um cordão sanitário desde 23 de janeiro, em tentativa das autoridades de conter a epidemia.

Um avião com 206 japoneses a bordo pousou em Tóquio ontem. Na falta de um marco legal, as autoridades japonesas não poderão colocar em quarentena os repatriados e lhes pediram que fiquem em casa durante duas semanas.

Um avião enviado pelos Estados Unidos pousou em uma base militar da Califórnia também com 200 pessoas a bordo. Os evacuados foram recebidos por funcionários com trajes de proteção para risco biológico.

Enquanto isso, quase 600 cidadãos europeus querem ser repatriados da China, anunciou a Comissão Europeia, que recomendou evitar viagens ao país.

Um indício da gravidade da situação é que várias companhias aéreas suspenderam ontem voos para a China continental como medida preventiva. Iberia, British Airways, Lufthansa e a indonésia Lion Air, entre outras, anunciaram a suspensão de todos os seus voos à China continental.

O Reino Unido, assim como os Estados Unidos e a Alemanha desaconselharam seus cidadãos a viajarem à China. Londres também anunciou que isolará por 14 dias quem chegar de Wuhan.

Wuhan, onde está proibida a circulação de veículos não indispensáveis, está há dias como uma cidade-fantasma. No restante do país, onde as festividades do Ano Novo chinês se estenderão até 2 de fevereiro, a maioria dos moradores abandonaram shoppings, cinemas e restaurantes.

Cientistas do Instituto Doherty (Austrália) conseguiram reproduzir em laboratório o novo coronavírus, uma etapa crucial para o desenvolvimento de uma vacina, o que levaria meses. (AFP)

 

Indústria

A Apple admitiu problemas na cadeia produtiva chinesa e a Toyota anunciou que vai prorrogar por uma semana a suspensão da produção em suas três fábricas na China até 9 de fevereiro