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Semace fará monitoramento preventivo de praias atingidas por petróleo cru
Reportagem

Semace fará monitoramento preventivo de praias atingidas por petróleo cru

Óleo tóxico. Ainda este mês
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Tipo Notícia

A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) realizará monitoramento preventivo em relação às praias que foram atingidas pela crise do óleo a partir do fim deste mês.

O acompanhamento será feito duas vezes em seis praias, com intervalo de dois meses entre os exames. Os locais serão escolhidos com critérios como o volume de óleo removido e o número de frequentadores.

Já foi definido que uma delas será a Praia do Futuro, onde foram encontradas manchas de óleo no início de outubro do ano passado.

De acordo com a Semace, a ação tem o objetivo de tranquilizar moradores, frequentadores e trabalhadores da pesca e da captura de crustáceos. Além de empreendedores dos segmentos do turismo e do lazer. A intervenção é consequência das reuniões do grupo de trabalho de combate às manchas de óleo que envolveu diversos órgãos, como o Ibama, o Corpo de Bombeiros e o Instituto de Ciências do Mar (Labomar-UFC).

Gustavo Gurgel, gerente de análise de monitoramento da Semace, explica que o acompanhamento é diferente do que é realizado, tradicionalmente, pela superintendência.

Os exames feitos em amostras de água das praias da Capital são do tipo microbiológico, enquanto que o exame a ser contratado e realizado por uma empresa especializada é do tipo físico-químico.

Entre as diferenças, a nova análise permitirá ter noção da quantidade de hidrocarbonetos na água, substâncias que em determinado nível podem indicar presença de petróleo.

O monitoramento ainda acompanha a incidência elevada ou anormal de enfermidades transmissíveis por via hídrica, indicada pelas autoridades sanitárias. Além da presença de resíduos capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação.

O monitoramento especial foi aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) e tem o caráter preventivo. Se forem encontrados supostos resquícios da contaminação, os dados serão compartilhados com o Ibama, responsável pelo controle ambiental do litoral, e com o comitê da crise.

Normalmente, a Semace faz o monitoramento de balneabilidade das praias da Capital cearense. De acordo com o último balanço, divulgado na sexta-feira, 31, apenas uma praia da zona Centro de Fortaleza, entre o Acquário e o Espigão da rua João Cordeiro, se encontrava própria para banho. De 28 trechos analisados, 17 se encontravam impróprios.

Gustavo Gurgel analisa que esse fenômeno se restringe à Fortaleza. Ele explica que, de acordo com os dados históricos, não se verifica a relação da poluição com a ocorrência de chuva mais frequente ou mais intensa em outras praias do Estado. Em relação ao boletim divulgado, todos os 35 trechos analisados em outros municípios foram aprovados.(Leonardo Maia)

 

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