As encomendas por aerogeradores nas indústrias instaladas no Ceará vêm aumentando e há espaço para mais investimentos pela facilidade em analisar o melhor ponto de instalação de projetos em energias renováveis no Estado após o lançamento do Atlas Eólico Solar, em dezembro último.
Igor Barreira, gerente Comercial da Aeris, que tem indústria localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), diz que nos últimos meses, a empresa sentiu impacto positivo com a volta das encomendas nacionais. A partir dos leilões que voltaram em 2017 e de abertura maior do mercado livre.
A demanda do mercado internacional segue intensa. No ano passado, foram exportadas pelo Porto do Pecém 2 mil pás eólicas, o triplo do que saiu no ano anterior. No terminal portuário são embarcadas pás que medem entre 45 e 62 metros em navios com capacidade para até 90 equipamentos por viagem.
A expectativa do Ceará nesta indústria em transformação é grande, segundo o Atlas Eólico e Solar do Ceará. O estudo mostrou um potencial de 117 GW com uma característica de constância e estabilidade de produção de energia comparável ao comportamento de uma hidrelétrica com fator de capacidade superior a 60%. Para se ter noção, na resto do mundo, o fator de capacidade alcança média de 25%. No Brasil é de 42% na média.
Presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Eduardo Neves ressalta que o Atlas é o mais moderno e inédito no Brasil, mas um diferencial para os empreendedores nacionais e internacionais que pensam em investir no setor. Segundo ele, a segurança é maior pelo detalhamento oferecido. O trabalho, inclusive, já prevê o potencial offshore no Ceará.
A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, destaca que o potencial brasileiro já é observado nos grande mercados internacionais. Parcerias com as grandes indústrias do setor vêm sendo realizadas. "A Neoenergia iniciou o licenciamento de três novos projetos para a construção de eólicas offshore no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará".
Coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Joaquim Rolim, ressalta que o Ceará tem um dos maiores potenciais a serem desenvolvidos do mundo. "O offshore do Ceará tem como diferencial os ventos constantes, com bom potencial e bem direcionado durante todo o ano, é necessário ir em baixa profundidade para alcançar eficiência".