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Turismo pode perder com instalações de usinas próximo da costa
Reportagem

Turismo pode perder com instalações de usinas próximo da costa

Avaliação. Arialdo Pinho
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O secretário do Turismo do Estado (Setur), Arialdo Pinho, é um crítico da ideia inicial de instalação de parques eólicos próximos da costa cearense. Segundo ele, o turismo no Ceará pode ser prejudicado pelos impactos gerados à costa.

Isso acontece porque o Estado tem o diferencial da possibilidade de haver instalações mais próximas da costa, em comparação ao padrão mundial, que fica a dezenas de milhas de distância. Para o gerente executivo do Sindienergia-CE, Ribamar Carneiro, a capacidade de produção em profundidades de até 50 metros são abundantes no País e precisam ser aproveitadas, já que o custo diminui desta maneira.

"A costa cearense oferece um aproveitamento eólico offshore em baixas profundidades, o que otimizará o investimento, com redução em operação e manutenção", afirma.

Sobre os projetos em baixa profundidade e mais próximos da orla, o titular da Setur afirma que vai esperar as apresentações no período de audiências públicas. "O nosso turismo, tanto de Caucaia quanto do Icaraizinho de Amontada, é grande ponto de kitesurfe, que pode ser impactado. Previamente sou contra impactar esse turismo assim. A não ser que a instalação seja a 20 km de distância".

O geofísico e professor de Oceanografia Geológica do Labomar da Universidade Federal do Ceará (UFC), Sérgio Bezerra Lima Jr., explicou que, por ser a costa cearense bem plana, a profundidade de 20 metros a 50 metros pode ser encontrada em "áreas a alguns quilômetros do litoral até 50 km de distância".

"A partir daí é o projeto que vai determinar onde ocorrerá a intervenção. Por termos uma plataforma bem estável e plana, relativamente simples e que não gera grande impacto, que a natureza absorve em questão de meses", analisa.

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