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Casos mudam a rotina do Aeroporto de Fortaleza
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Casos mudam a rotina do Aeroporto de Fortaleza

Funcionários adotam procedimentos de segurança, mas passageiros apontam ausência de informações sobre novo oronavírus
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Aumenta uso de máscaras entre passageiros e funcionários no Aeroporto Internacional de Fortaleza por prevenção ao coronavírus (Foto: BEATRIZ BOBLITZ/O POVO)
Foto: BEATRIZ BOBLITZ/O POVO Aumenta uso de máscaras entre passageiros e funcionários no Aeroporto Internacional de Fortaleza por prevenção ao coronavírus

Após a confirmação do primeiro caso de indivíduo infectado pelo coronavírus (Covid-19) no Brasil e a suspeita no Ceará, aumentou o nível de preocupação com a doença. O receio reflete nas medidas de seguranças tomadas por passageiros oriundos da Europa e funcionários de companhias aéreas no Aeroporto Internacional de Fortaleza. Mesmo sem conexão direta com a Itália, terceiro país com mais casos confirmados, o temor acentua com o fluxo intenso no local por conta do HUB da Capital com a Europa.

Na sala de embarque, é possível ouvir um áudio, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sobre sintomas e prevenção para evitar a infecção. Texto similar é lido pela tripulação aos passageiros a bordo das aeronaves. O órgão federal é a primeira autoridade de saúde a ser informada, pelo comandante da tripulação, sobre o caso de passageiros com problemas com a saúde.

Conforme o plano de contingência, a Anvisa vai à aeronave e, a depender do sintoma, ele recebe o tipo de tratamento adequado. A Secretaria de Saúde do Estado é informada e tem a responsabilidade de encaminhar o paciente a um hospital. Frente aos sintomas da doença, qualquer passageiro a bordo de uma aeronave já é considerado suspeito. Além disso, a lista de viajantes é solicitada. Com isso, ocorre um monitoramento dessas pessoas.

O médico Gabriel Mororó chegou da França na tarde dessa quarta-feira, 26. Para ele, as medidas de segurança tomadas são adequadas. "Aqui no Brasil, pelos aeroportos que passei durante a viagem, eu noto que utilizam muito os equipamentos de proteção. Muito mais até do que lá fora. A equipe que recebe tanto da Polícia Federal quanto da revista de bagagem está toda equipada com luvas e máscara", comenta.

Mororó destaca ainda a necessidade de maior cuidado com a limpeza das mãos. O médico pontua que, apesar de letalidade baixa, é preciso reforçar medidas para evitar propagação. "Assim como outras infecções por via aérea superior, o coronavírus tem como principal forma de transmissão, além da respiração, o contato que a gente tem com a mão. Não é só usar a máscara e não lavar essa parte do corpo".

Desde ontem, 26, os funcionários da companhia aérea Air Europa usam máscaras. De acordo com um funcionário da empresa, o equipamento utilizado no check in é diferente daqueles utilizados no desembarque. Na chegada de voos internacionais, é a N95, indicado pela OMS. Enquanto na entrada, é a máscara cirúrgica. Segundo o profissional, que pediu para não ser identificado, a maior preocupação é com aqueles que já desembarcaram, passaram até dez dias no Ceará, mas agora saem do País. 

Lusineide Andrade, 56, embarcou ontem em Fortaleza rumo à Irlanda para passar três meses com a filha. Apesar do medo, ela decidiu ir pela saudade e por ter comprado a passagem há muito tempo. "Não tive nenhuma orientação de segurança. Mas mesmo assim estou levando álcool em gel", disse.

Reginalda Ribeiro, 37, foi uma das passageiras de máscara que desembarcou em Fortaleza após partir da Holanda. Ela destaca que outros passageiros do mesmo voo não tiveram o mesmo cuidado. "Eu não recebi nenhuma orientação de segurança. Tem muita gente que não se previne. Não lava as mãos. Não faz nada. Eu pelo menos estou fazendo a minha parte".

Aos 19 anos, Edwirgem Maia, vai passar um mês e 15 dias entre Paris e Roma. A jovem comprou uma caixa de máscara para o momento. Apesar da medida de segurança, ela diz que não se preocupa com o surto global de coronavírus. Ela também relata que não recebeu informações sobre medidas de segurança.

 

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