Os 230 policiais militares já afastados por suposto envolvimento em motim no Ceará receberam, no mês de janeiro deste ano, rendimentos médios de R$ 5,5 mil. O valor diz respeito à remuneração bruta dos agentes, calculado a partir da soma do soldo básico com as gratificações recebidas por cada militar, antes dos descontos previstos na folha de pagamento.
As informações têm base em cruzamento feito pelo O POVO entre dados oficiais da folha de pagamento da Polícia Militar do Ceará e a relação dos 230 agentes punidos divulgada pelo governo no Diário Oficial do Estado. Além do afastamento preventivo dos agentes por 120 dias, o órgão também determinou o recolhimento de distintivos, algemas e armas dos acusados.
Não estão computados ainda sobre esses valores, no entanto, os descontos previstos caso a caso, como a contribuição previdenciária e do imposto de renda. A maioria dos salários é complementada por uma série de gratificações, que têm previsão de incorporação ao salário-base da categoria caso aprovado projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa.
Entre as mais comuns, estão por exemplo gratificações concedidas a agentes que exercem atividade no Interior do Estado (que variam de caso a caso), gratificações por qualificação ou reforço no serviço militar, além de compensações pelo cumprimento de metas da redução da violência e auxílio alimentação de R$ 259,27.
A média é "puxada para cima" principalmente pelos 14 subtenentes incluídos na lista de 230 nomes da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD). Sozinhos, os suboficiais tiveram média de salário bruto de quase R$ 7,5 mil. Já soldados e cabos, com médias de R$ 5,2 mil e R$ 5,3 mil, respectivamente, puxam a média para baixo.
O maior salário registrado entre os policiais punidos foi de um subtenente, que recebeu valor bruto de cerca de R$ 8,3 mil em janeiro. Já o menor é o do ex-deputado federal Cabo Sabino, que tem apenas parte da remuneração divulgada, já que está na reserva desde sua eleição para deputado federal, em outubro de 2014.(Carlos Mazza)