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"Não foi movimento político", rebate Sabino
Reportagem

"Não foi movimento político", rebate Sabino

| PARALISAÇÃO | O ex-deputado federal nega que tenha liderado mobilização de PMs e diz que paralisação não tinha caráter político. Para ele, foi uma paralisação trabalhista
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Principal líder dos policiais militares nos 13 dias de paralisação no Ceará, o ex-deputado federal Cabo Sabino nega que o movimento tivesse natureza partidária, como disse o governador Camilo Santana (PT).

"Não é político, não foi político", declarou em entrevista ao O POVO na última sexta-feira. Para ele, a "PM passou 182 anos para eleger um deputado federal, que foi Capitão Wagner".

"A categoria elegeu político para representar, não foi pra ser político", acrescentou, enfatizando que a participação de parlamentares nessa mobilização era uma obrigação, já que tinham sido eleitos pelos PMs.

"Há um momento em que essa categoria está lutando por direitos, por conquistas, então como é que esses representantes não vão lá apoiar? Se não for apoiar, é trair. Se não der, é virar as costas", criticou.

Sabino também rejeita a acusação de ter comandado o motim, iniciando-o no mesmo dia em que a Assembleia Legislativa recebia mensagem com o reajuste salarial da categoria.

"Quando cheguei (ao 18º Batalhão da PM), já havia paralisação feita pelas mulheres", conta. "O Capitão Wagner fez uma ligação pra mim, dizendo que estava preocupado com isso, que poderia eclodir esse movimento e temia muito porque era uma galera muito jovem que não obedecia a ninguém. Mas não fui eu que fiz."

Sobre divergências com o próprio Wagner a respeito dos rumos da paralisação, Sabino assegurou que o deputado sempre foi contrário à paralisação. "Somos como amigos e irmãos, mas somos independentes. Não é o fato de ele ser capitão e eu ser cabo que eu tenho de obedecer", afirmou. "No mundo político não funciona assim. Dentro do quartel, sim, mas no mundo da política, não."

Ainda de acordo com o ex-deputado, o movimento de PMs foi encabeçado por "uma geração que foi menos contemplada nesse Governo". Sabino conclui: "Foi um movimento feito mais por cabos e soldados do que por outras graduações. Foram poucos sargentos que aderiram. Não houve oficiais. Foi um movimento trabalhista, não foi político, como o Governo tenta pautar".

Sobre o seu futuro, o militar da reserva não descarta concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores de Fortaleza, plano ainda sob análise.

 

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