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Estado deve se preparar para ampliar estrutura
Reportagem

Estado deve se preparar para ampliar estrutura

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Tipo Notícia

É certo que a transmissão sustentada — contágio que ocorre entre pessoas que não viajaram e não tiveram contato com pessoas que viajaram para países com a epidemia — deve ocorrer no Brasil. Conforme o infectologista Guilherme Henn, presidente da Sociedade Cearense de Infectologia e professor da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Ceará (UFC), "em um primeiro momento" o Estado está preparado para atender a demanda na possibilidade de confirmação de caso. No entanto, será preciso aumentar a estrutura ofertada pelo sistema de saúde.

Com a projeção de aumento no número de casos no País, apesar de ainda não ter confirmação de nenhum no Ceará, o Estado tem tomado medidas de prevenção e ampliação da rede de atendimento especializado.

"Quando surgirem os primeiros casos, a gente tem retaguarda para a demanda extra. Pode ser que chegue em um momento. Na medida em que a epidemia continuar, a preocupação é que chegue a uma situação de descontrole como Itália, Irã, China. Se a gente chegar nesse ponto, a gente não vai ter como responder a essa demanda. Nem um país de primeiro mundo como a Itália conseguiu", afirma. Ele acredita que o momento é de "aplicar as medidas de contenção enquanto não há transmissão sustentada". Mas que ainda não é preciso tomar medidas drásticas no Estado.

"A expectativa é que as medidas sejam tomadas no momento certos e consigam frear a transmissibilidade do vírus. Isso tem um impacto enorme do ponto de vista de saúde pública", diz. Ele explica que, aplicando as medidas de contenção no começo, as pessoas não precisariam de UTI em um curto espaço de tempo, sobrecarregando o sistema. A demanda seria distribuída ao longos dos meses.

Par ao infectologista, o principal é fortalecer os hospitais regionais, além do "sistema de referência entre os pequenos municípios e as referências". "Cidades de grande e médio porte têm condições de absorver o contingente que precisará de acompanhamento. Os profissionais precisam ser capacitados", frisa.

Robério Leite, professor da Faculdade de Medicina da UFC e pediatra do Hospital São José de Doenças Infecciosas, o acolhimento nas unidades de saúde e a paramentação dos profissionais de saúde devem ser foco de atenção. "Antes de o paciente chegar na área comum, separar quem tem sintoma respiratório e quem não tem. Alguém já paramentado, com máscara hospitalar, fazer a triagem para que não haja contaminação nas emergências. Os próprios hospitais precisam ter um plano de contingência", detalha.

 

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