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"Gabinete do ódio" vira o Conselho da República
Reportagem

"Gabinete do ódio" vira o Conselho da República

Estratégia ideológica. Ataques
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Tipo Notícia

Jair Bolsonaro se isolou ainda mais na crise do coronavírus. Desde que a calamidade pública começou a assombrar o dia a dia da população, o presidente deu mais poder ao "gabinete do ódio", núcleo ideológico que o incentiva a adotar um estilo mais beligerante, atacou governadores e a imprensa e desautorizou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Diante da pandemia, o presidente nem cogitou a possibilidade de convocar o Conselho da República. Em conversas reservadas, ele chegou a dizer que não vai ficar "refém" de conselhos existentes no governo.

Na prática, o "gabinete do ódio" virou o Conselho da República de Bolsonaro. Carlos Bolsonaro, o filho "zero três" do presidente, é o "gerente do gabinete". O bunker ideológico é composto por seguidores de Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, e vive em confronto com generais do governo.

Defensores da pauta de costumes e de uma estratégia de guerra integram esse grupo e trabalham no 3º andar do Planalto, a poucos metros de Bolsonaro. Produzem "artilharia pesada" para mídias digitais, além de conteúdos para pronunciamentos do presidente, como o da noite de anteontem, quando ele criticou o fechamento de escolas para combater a pandemia e o confinamento em massa. Os alvos preferenciais são o Congresso, o STF, governadores e a imprensa.

Pela lei, as atribuições do Conselho da República incluem manifestações sobre casos de intervenção federal, estado de defesa e de sítio e temas considerados relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Compõem o colegiado o vice-presidente da República, os presidentes da Câmara e do Senado, os líderes da Maioria e da Minoria das duas Casas e o ministro da Justiça. Além disso, pela lei, seis brasileiros natos, com mais de 35 anos, devem fazer parte do colegiado. (Agência Estado)

 

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