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Com ressalvas, empresários se animam com MP
Reportagem

Com ressalvas, empresários se animam com MP

Repercussão.
Edição Impressa
Tipo Notícia

Atores do setor produtivo elogiaram a MP que será editada pelo governo Jair Bolsonaro como tentativa de mitigar os efeitos da crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus. A ideia do Planalto é dar fôlego financeiro às empresas via reduções temporárias de salários e jornada de trabalho (ver quadro da página 5). As duas medidas têm teto de 70% e são válidas por até três meses.

Presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Assis Cavalcante afirma que o reflexo da crise no varejo, com a circulação das pessoas nas ruas reduzida, é "instantâneo e perverso." Assim, ele interpreta que a MP garante sobrevida às empresas. Ele destaca, por outro lado, que as empresas necessitariam de mais, como a liberação do FGTS e diminuição de impostos. "A empresa capitalizada não precisa baixar salário nem demitir."

Indagado sobre eventual aprofundamento da precarização das relações de trabalho, Maurício Filizola, que preside a Fecomercio-CE, afirmou que a iniciativa resguarda trabalhadores. O texto assegura compensação com recursos do Tesouro, argumenta. Ainda de acordo com ele, também dá ânimo aos empresários, angustiados com o período de isolamento social e ansiosos pela retomada da normalidade.

Professora de Economia e Finanças da UFC, Alessandra Benevides lembra que o teto do corte dos salários poderia ter sido mais reduzido. Ela também diz temer pela velocidade dos pagamentos do Governo aos trabalhadores atingidos pela medida. "É um avanço se levarmos em consideração as tentativas anteriores, às quais não previam qualquer benefício de recompensa aos empregados", pondera. (Carlos Holanda)

 

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