Logo O POVO+
Boris Johnson dá entrada na UTI por Covid-19
Reportagem

Boris Johnson dá entrada na UTI por Covid-19

Diagnosticado há 11 dias, premiê apresentou piora no estado de saúde. Chanceler Dominic Raab assume interinamente
Edição Impressa
Tipo Notícia
ESTADO de Johnson seria mais crítico que o divulgado por funcionários, afirma o The Guardian (Foto: Pippa Fowles / Downing Street / AFP)
Foto: Pippa Fowles / Downing Street / AFP ESTADO de Johnson seria mais crítico que o divulgado por funcionários, afirma o The Guardian

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que testou positivo para o novo coronavírus há onze dias, deu entrada ontem na unidade de cuidados intensivos. Ele será substituído no cargo pelo chanceler, Dominic Raab, no comando do governo enquanto for necessário.

"Durante a tarde, o estado de saúde do primeiro-ministro se deteriorou e, por conselho de sua equipe médica, ele foi transferido para a unidade de cuidados intensivos do hospital", anunciou um porta-voz de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro.

O líder conservador, de 55 anos, que após dar entrada ao hospital Saint Thomas de Londres, na véspera, para se submeter a exames, tinha tuitado ontem que se sentia de "bom ânimo", estava consciente, mas pode precisar de respirador mecânico. A notícia comoveu os britânicos, depois de o Executivo afirmar reiteradamente que Johnson "seguia no comando".

São "notícias terrivelmente tristes", reagiu o recém-eleito novo líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, assegurando que "os pensamentos de todo o país estão com o primeiro-ministro e sua família nestes tempos incrivelmente difíceis".

Johnson anunciou em 27 de março que tinha testado positivo para a Covid-19 e permaneceria sete dias em isolamento em sua residência de Downing Street, onde simpatizantes deixam comida e papéis na porta.

O premiê continuou liderando reuniões por videoconferência e muitos atribuíam nessa segunda-feira a essa falta de repouso o fato de uma semana e meia depois Johnson continuasse com febre e seu médico tenha decidido hospitalizá-lo para submetê-lo a exames por "precaução".

Enquanto na Itália e na Espanha a pandemia começou a dar sinais de uma sutil remissão, o Reino Unido está se tornando o novo epicentro da doença na Europa. Ontem, foram registradas na Grã-Bretanha mais de 5.000 mortes, com 439 novas vítimas fatais em 24 horas.

Acesse a cobertura completa do Coronavírus >

E embora o número de óbitos diários tenha recuado pelo segundo dia consecutivo - após as 621 de domingo e 708 no sábado - a mortalidade bateu recorde na semana passada e especialistas advertem contra um otimismo antecipado.

Raab já tinha começado a preencher ontem o vácuo deixado por Johnson. O chanceler presidiu a reunião diária sobre a crise e conduziu uma coletiva na qual precisou responder várias perguntas sobre a capacidade do premiê de continuar trabalhando.

Johnson "segue no comando, mas continuará escutando o conselho dos médicos sobre o que deve fazer", disse, admitindo que não havia falado com ele desde o sábado.

Para pedir a seus compatriotas que permanecessem em casa, Johnson postou vários vídeos no Twitter durante seu confinamento nos quais aparentava cansaço.

Segundo o jornal The Guardian, Johnson "estaria mais gravemente doente do que ele ou seus funcionários estavam dispostos a admitir" e foi visitado por médicos preocupados com a sua respiração.

"Muitos com Covid-19 foram derrubados pela fadiga e a febre e aproveitaram o isolamento para dormir e se recuperar. Boris arriscou sua saúde e trabalhou a cada dia em nosso nome para liderar a batalha contra esse vírus vil", tuitou a secretária de Estado de Saúde, Nadine Dorries, primeira integrante do governo britânico que contraiu a doença no começo de março. (AFP)

 

O que você achou desse conteúdo?