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Após pedir 'paz', ministro é atacado por bolsonaristas
Reportagem

Após pedir 'paz', ministro é atacado por bolsonaristas

Mandetta. Guerra aberta
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BOLSONARO tem evitado falar com a imprensa na saída do Alvorada e pedido aos apoiadores no local para ficarem
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil BOLSONARO tem evitado falar com a imprensa na saída do Alvorada e pedido aos apoiadores no local para ficarem "longe dos repórteres"

Ao anunciar anteontem que seguia como ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta pediu "paz" para trabalhar no enfrentamento ao coronavírus, mas ele não terá a tranquilidade que deseja. Embora tenha conquistado uma parcela dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, grupos considerados mais radicais e ligados ao guru Olavo de Carvalho intensificaram a ofensiva nas redes sociais contra ele. Na manhã de ontem, a claque que aguardava o presidente na saída do Alvorada entoou coro de "Fora, Mandetta."

Os bolsonaristas tentam emplacar a narrativa de que o ministro coloca vidas em risco por não editar um protocolo de hidroxicloroquina para tratamento do novo coronavírus no Brasil por meio de decreto. O uso do medicamento é um dos principais pontos de divergência entre Bolsonaro e Mandetta. O ministro alega falta de embasamento científico, enquanto o presidente é entusiasta do remédio, mesmo sem pesquisas conclusivas.

A estratégia da ala ideológica, neste momento, é desgastar a imagem do ministro. Para olavistas, o momento não é de trégua, mas de manter acesa a chama da "fritura" do chefe da Saúde, que passou a ser considerado uma "ameaça política".

Bolsonaro deixou de comparecer a dois eventos sobre a covid-19 ocorridos na manhã de ontem no Palácio do Planalto. Ambos estavam previstos em sua agenda oficial.

O primeiro compromisso que o presidente faltou foi o lançamento de site e aplicativo para solicitar o auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia do coronavírus. O segundo foi a apresentação do projeto Arrecadação Solidária para o enfrentamento da doença, que teve a participação primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Questionada, a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) não respondeu por que o presidente deixou de ir aos eventos. (Agência Estado)

 

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