O Ministério da Saúde indica o uso de cloroquina e hidroxicloroquina apenas para pacientes diagnosticados com a Covid-19 que estejam internados com quadro grave de saúde. "O que a gente alerta é que esse medicamento não é inócuo, não é um remédio que a gente fala 'isso não tem problema nenhum'", diz Henrique Mandetta.
O ministro diz que não mudará o protocolo antes de evidências científicas robustas sobre segurança e eficácia da droga administrada para pacientes leves, mas observou que os médicos têm o direito de receitar esse tratamento, assumindo riscos e eventuais responsabilidades. Segundo ele, 33% dos que tomaram o remédio tiveram de suspender o uso.
A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou ontem que a cloroquina e a hidroxicloroquina são medicamentos registrados atualmente para o tratamento de artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária.
"Apesar de dados promissores, ainda não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19", afirma a Anvisa.
Na prática, no entanto, o medicamento tem sido utilizado por médicos no tratamento da doença. Em debate realizado na tarde de ontem pelo Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide Ceará), diversos médicos defenderam o uso do medicamento para o tratamento da Covid-19.
"Muitos de nossos colegas médicos, por exemplo, que foram contaminados e estão melhorando, receberam dosagens dessas medicações", disse a médica Nise Yamaguchi, do Hospital Albert Einstein. (Carlos Mazza/com Agência Estado)