Um dos gráficos de monitoramento de tráfego que tem sido priorizado nas reuniões sobre o controle da Covid-19 na Capital é o da movimentação intrabairros. São dados que observam a circulação de veículos em trajetos menores, feitos dentro de um mesmo bairro ou área. O cenário atual tem preocupado os gestores, por também indicarem um descuido social quanto às medidas do decreto de isolamento.
Os números apontam a maior movimentação veicular na área central da cidade (entre 30,3 mil e 37,7 mil deslocamentos). Também indicam grande concentração de viagens em bairros como Barra do Ceará, Mondubim, Aracapé, Aldeota, Passaré, Messejana e Edson Queiroz. Nesses, são de 23 mil a 30 mil veículos em tráfego. São índices considerados muito altos para o período em que o cidadão deve se manter em casa.
Os dados vêm sendo apontados pela "Pesquisa Origem-Destino de Fortaleza". O trabalho analisa os padrões de deslocamento na Capital (locais e como se deslocam). O estudo começou em 2019, com recursos do Banco Mundial. Deverá ser concluído nos próximos três meses. É feito através do Plano de Ações Imediatas de Trânsito e Transporte (Paitt), um braço de atuação dentro da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP).
Segundo o secretário-executivo da SCSP, Luiz Alberto Sabóia, o material já deveria ser apresentado na fase de audiências públicas, para coleta de sugestões e adaptações. As reuniões, porém, foram adiadas por conta do período de isolamento social obrigatório. A pesquisa foi pensada para calibrar a política de mobilidade e transporte, mas também tem orientado diretamente o controle da Covid-19.
"A gente precisa conscientizar que há muita gente saindo de um bairro para outro, mas também é importante que esse deslocamento intrabairro diminua, de as pessoas acharem que podem rodar por alguns quarteirões", destaca Sabóia.