O número de profissionais da saúde no Ceará afastados de cargos devido a confirmação ou suspeita de infecção pelo novo coronavírus subiu para 163. As informações são da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Os dados, referentes a esta quinta-feira, 30, mostram um aumento de 26 casos em relação ao relatório divulgado no dia 16 deste mês, quando o número era de 137. De acordo com o levantamento atual, dos 163 profissionais afastados, 28 testaram positivo para Covid-19 e 135 seguem como casos suspeitos. O número de confirmações permanece o mesmo. Entre os 28 profissionais confirmados com a doença, a Sesa identificou 20 como enfermeiros, 4 como médicos e 4 como atuantes de outras áreas da saúde.
A pasta informou que a contagem de casos confirmados e suspeitos é alterada na medida em que os profissionais se recuperam da doença. A Secretaria, no entanto, não divulgou relatório com o número de recuperações ou possíveis óbitos entre estes profissionais. O balanço é realizado contabilizando apenas registros das unidades de saúde do Estado que são ligadas a Sesa.
De acordo com dados do "Observatório da Enfermagem" enviados ao O POVO pelo Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE), o Ceará é a região nordestina com mais enfermeiros infectados. São 105 profissionais da enfermagem do Estado que testaram positivo e 428 com suspeita. Foram registradas três mortes em decorrência da doença nessa área da saúde. Entre os casos confirmados, 103 permanecem em quarentena enquanto três seguem internados. O Ceará, segundo a entidade, é assim o terceiro estado que mais registra diagnósticos positivos da doença entre enfermeiros, ficando atrás do Rio de Janeiro (501) e de São Paulo (473).
O levantamento, referente a terça-feira, 28, considera unidades de saúde públicas e privadas do Ceará, não apenas aquelas ligadas a Sesa. Por isso, há registro maior de casos do que a pasta. Em um mês, mais de 5 mil profissionais de enfermagem contraíram Covid-19 no Brasil, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) - tema de matéria do O POVO no último dia 21. De acordo com o Coren, a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ou o uso de modo inadequado podem ser motivos da alta taxa de infecção entre os profissionais de enfermagem.
Após denúncia do conselho, Justiça Federal determinou que o Governo do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza esclareçam acerca do fornecimento de EPIs. Os entes cumpriram a medida liminar, informando sobre aquisições dos equipamentos, estoque e distribuição dos itens. Com a chegada de novo lote no último domingo, 26, Estado afirma que tem EPIs suficientes para três meses. (Gabriela Almeida/Especial para O POVO)