O Ceará recebeu ontem, 18, carga de 103,7 toneladas de insumos hospitalares que serão utilizados no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. São 200 respiradores, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), dentre outros materiais comprados da China. A partir de hoje, os ventiladores serão distribuídos para unidades de saúde em Fortaleza e outros oito municípios: Icó, Iguatu, Crateús, Itapipoca, Maracanaú, Caucaia, Tianguá, Limoeiro do Norte. A ampliação acontece em momento que as taxas de internação hospitalar continuam preocupantes. Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública e particular do Estado estão com 86,26% de ocupação.
Em curva ascendente de confirmações, o Ceará registrou mais de 2 mil novos casos ontem — segundo recorde desde o início da infecção no Estado. O Ceará chegou a 26.363 casos confirmados e 1.748 mortes pela Covid-19. Os números são de atualização da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), às 17h20min. A maioria dos casos se concentra em Fortaleza, com 16.169 casos e 1.253 mortes. São 14.492 pacientes recuperados no Ceará.
O Governo do Estado ainda aguarda a chegada de mais um carregamento com 300 respiradores, adquiridos na mesma compra dos que desembarcaram ontem, nas próximas semanas. Conforme o secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, foram abertos 570 leitos de UTIs em 50 dias, sendo mais de 400 na Capital, para o enfrentamento à pandemia.
O médico disse de uma série de fatores interferem para que a ampliação seja suficiente para a demanda dos pacientes infectados. "Depende da adesão ao protocolo de restrição que nós fizemos, do ajuste das diversas unidades, da atenção básica dos municípios. A gente tem ampliado e a demanda tem subido junto, tanto é que a taxa de ocupação é quase equivalente. A gente espera que, a partir dos próximos 15 dias, a gente consiga suprir essa demanda", disse. Na Capital, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Instituto José Frota (IJF) devem receber aparelhos.
Dr. Cabeto pontuou que a ampliação de leitos "é um ganho permanente para o sistema de saúde". "O que vai garantir, passada essa pandemia, um aproveitamento para o sistema", disse. "É importante que se leve em conta que, mesmo que passe esse panorama inicial, vamos ter que conviver com isso alguns meses. A retirada do isolamento também obriga um planejamento adequado", frisou, sobre a flexibilização do isolamento. O secretário frisou que a ampliação da rede de saúde não desobriga o cumprimento de outra outras medidas de combate à disseminação da doença, como o isolamento social.
O governador Camilo Santana informou ontem, em transmissão nas redes sociais, que a taxa de isolamento em Fortaleza está "chegando próximo a 60%". O objetivo do Governo é que o índice chegue a 70%. O decreto estadual em vigor é válido até amanhã, 20.
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Apesar do decreto que só permite funcionamento de serviços essenciais, parte do comércio no Centro de Fortaleza continua funcionando. Confira galeria: