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Quando os abraços serão seguros de novo?
Reportagem

Quando os abraços serão seguros de novo?

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O infectologista Guilherme Henn adverte que, para o bem de todos, é preciso aguardar um pouco mais até abraçar as pessoas que estão longe. Isso porque, quando as medidas de isolamento social puderem ser relaxadas, esse processo se dará de maneira progressiva. De acordo com Henn, que também é presidente da Sociedade Cearense de Infectologia (SCI), nesse período de afrouxamento parcial ainda será prudente evitar aglomerações e encontros casuais.

O médico avalia que só se tornará totalmente seguro retomar o contato físico após uma vacina contra a Covid-19 ser encontrada. "Leva um tempo para uma vacina ser pesquisada, aprovada e desenvolvida do ponto de vista industrial. Até ela chegar a esse ponto, as melhores estimativas que tenho visto falam de um ano e um ano e meio, no melhor dos cenários", afirma.

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Outro caminho possível é a chamada imunidade de rebanho. Quando um grande número de pessoas já foram infectadas e curadas, as epidemias tendem a terminar porque é mais difícil o vírus ser transmitido. Entretanto, até o momento, o infectologista reitera que não existe certeza sobre se as pessoas que já tiveram a Covid-19 desenvolvem uma imunidade protetora a longo prazo.

Isso significa dizer que, mesmo quando sair às ruas for possível, os abraços ainda devem ser contidos e o distanciamento social permanecerá necessário. Para lidar com mais essa frustração, a psicóloga Renata Linhares recomenda contextualizar o cenário no qual estamos inseridos.

Racionalizando essa situação, segundo Renata, é possível enxergar e aceitar melhor o porquê de estarmos tomando essas precauções. "O distanciamento neste momento é uma demonstração de amor. É uma forma de proteção. É uma maneira de preservar e proteger não só quem a gente ama, mas a sociedade como um todo", ressalta.

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Sobretudo, a psicóloga lembra que é indispensável mentalizar que este período é temporário e, em algum momento, "isso tudo vai passar e vamos poder deixar desabrochar essa necessidade de abraçar quem a gente ama."

Paciência é o que momento atual mais exige, como reflete o aposentado Dirceu Filho. Ele considera que o ideal é seguir a orientação das autoridades sanitárias sobre o que for mais prudente, sem agir no "ímpeto da emoção". "Temos que esperar o tempo que for necessário para que o próximo abraço presencial seja seguro. É preciso esse equilíbrio, essa consciência. A gente pode aguardar um pouco mais", conclui.

Confira galeria de fotos com abraços reinventados:

 

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