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Ceará terá transição antes de retomada para abrir economia
Reportagem

Ceará terá transição antes de retomada para abrir economia

Governador Camilo Santana vai prorrogar o decreto de isolamento social. Hoje ele dará detalhes da reabertura gradual da economia cearense, cuja primeira fase começará após sete dias de transição, a partir de 1º de junho
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FASE INICIAL de abertura não contempla o comércio como um todo (Foto: Fotos: FÁBIO LIMA)
Foto: Fotos: FÁBIO LIMA FASE INICIAL de abertura não contempla o comércio como um todo

O governador Camilo Santana (PT) vai anunciar hoje os detalhes da retomada gradual dos setores econômicos do Ceará. Conforme O POVO apurou, em reunião com empresários que durou quatro horas e meia, realizada ontem, o grupo de trabalho que está viabilizando os pontos do plano apresentou uma novidade, que é a instauração de um período de transição, anterior ao início da primeira fase da retomada, que durará sete dias.

Além da primeira semana de transição, a lista de atividades que devem fazer parte da primeira fase da retomada gradual dos setores econômicos incluiu salões de beleza e barbearias. Presente na encontro, o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL), Freitas Cordeiro, afirma que foi posição dissonante na discussão, pois foi deixado claro pela equipe do Governo que o comércio varejista não seria completamente aberto na primeira fase, que deverá começar em 8 de junho.

"O Governo elaborou um documento muito bom após a análise dos técnicos, mas se tornou burocrático demais. Acrescentaram mais uma fase, de sete dias, e não contempla o comércio como um todo. Isso vai prejudicar muito os que vão ficar para as fases finais, porque vão permanecer fechados por mais 45 dias. É um castigo desproporcional", diz.

As cadeias econômicas presentes na primeira fase são indústria de artigos de couro e calçados; de energia; saneamento básico e reciclagem; indústria têxtil; indústria metalmecânica, química e correlatos; agropecuária; construção civil; empresas de serviço; cadeia moveleira; indústria de TI; e comunicação. Atividades como assessorias esportivas e com personal trainer também devem ser liberadas, porém sem aglomerações.

O presidente da FCDL ainda revela que o Governo não contemplou os protocolos enviados pela federação para que todas as lojas abrissem na primeira fase. Algo que, para ele, prejudica principalmente os pequenos e médios negócios. Ficou estabelecido que os comércios abertos na primeira fase serão somente os ligados às cadeias industriais, como sapatarias, lojas de vestuário, de móveis e de construção.

Após a reunião, o governador fez uma postagem nas redes sociais, marcando para hoje o anúncio oficial do plano de retomada gradual de parte dos setores da economia. Camilo ainda deixou claro que as medidas de isolamento continuarão em vigor no Estado. "Vamos apresentar os critérios estabelecidos para o início da abertura, com muita responsabilidade. Reafirmo que todas as medidas são respaldadas por estudos e avaliações de nossa equipe de profissionais de saúde, que continuará acompanhando, dia a dia, a evolução dos números, e nos orientando em todas as tomadas de decisão. Vidas em primeiro lugar".

Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, a expectativa é que se possa voltar o mais rápido possível dentro das responsabilidades e protocolos. "Vamos fazer um trabalho de apoio a todas as empresas da nossa base, que estão distribuídas em 34 sindicatos, fazendo com que essa retomada seja rápida. Estamos colocando também o Senac à disposição para consultorias, com planejamento estratégico online", observa.

De acordo com o que já se sabe do plano, os critérios utilizados para definir a ordem de retorno dos setores econômicos levou em consideração o equilíbrio entre baixo risco sanitário e alto impacto econômico.

São quatro fases. Entre uma etapa e outra, será dado um intervalo de 14 dias para o monitoramento da situação. Toda as atividades flexibilizadas teriam protocolos de segurança. Agora, antes do início da primeira fase, será realizado esse período de transição. Os detalhes sobre esse período deve ser explicado pelo governador.

Em caso de ampliação da curva de contágio de Covid-19 e comprometimento da oferta de leitos de UTI, a flexibilização pode ser revista.

 

Governo pedira empréstimo para pagar auxílio emergencial

O Governo Federal recorrerá a organismos internacionais para pagar parte do auxílio emergencial e de outras medidas de enfrentamento à crise provocada pela pandemia de coronavírus. O Tesouro Nacional confirmou ontem que pedirá um financiamento externo de US$ 4,01 bilhões, o equivalente a R$ 21,16 bilhões pelo câmbio (R$ 5,276).

Essa será a primeira vez em dois anos que o Governo Federal pedirá dinheiro emprestado a instituições estrangeiras.

O empréstimo externo será usado para pagar parte do auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras); o Benefício Emergencial (BEm), que complementa a renda de trabalhadores com contrato suspenso ou jornada reduzida durante a pandemia, e o seguro-desemprego.

O dinheiro também servirá para custear parte da ampliação do programa Bolsa Família. Os empréstimos feitos pelo Governo Federal serão pagos de 15 a 35 anos, e os juros não poderão superar 0,89% ao ano.

A operação, explicou o Tesouro, envolveria seis organismos multilaterais: Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial, Corporação Andina de Fomento (CAF), o KfW (banco estatal alemão) e o Novo Banco de Desenvolvimento (que atende os países do Brics). (Agência Brasil)

Plano de retomada em São Paulo terá cinco fases

O plano de retomada da economia em São Paulo, de atividades consideradas não-essenciais, terá cinco fases. As cinco fases do programa vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).

Segundo o governo paulista, a classificação pretende assegurar atendimento de saúde à população e garantir que a disseminação do novo coronavírus esteja em níveis seguros para modular as ações de isolamento. Será feito de forma gradual, heterogêneo e regionalizado.

A retomada terá início no dia 1º de junho, mas somente para as regiões do estado que estiverem em fases diferentes da fase 1, de alerta. Enquanto isso, a quarentena em todo o estado foi ampliada até o dia 15 de junho, mas agora com há possibilidade de que mais setores possam começar a reabrir, dependendo da região do estado em que estiverem inseridos.

Cada uma das 17 regiões do estado foram colocadas em uma das fases, seguindo critérios que envolvem a capacidade hospitalar e a evolução dos casos de Covid-19.

O plano, segundo o governo paulista, foi elaborado por autoridades estaduais em sintonia com especialistas do Centro de Contingência do Coronavírus e do Comitê Econômico Extraordinário. (Agência Brasil)

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