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Faculdade de Medicina da UFC defende manter isolamento rígido
Reportagem

Faculdade de Medicina da UFC defende manter isolamento rígido

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Tipo Notícia

A direção da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Ceará (UFC) divulgou posicionamento contra flexibilização do isolamento social rígido no Ceará. O texto defende a continuação do "distanciamento social (físico) intensificado" no Estado para evitar a disseminação ampliada do novo coronavírus, bem como garantir a capacidade de resposta do sistema de saúde. Conforme a Famed, "o cuidado com o processo de flexibilização deve considerar inclusive o risco de uma segunda onda de infecções e mortes".

"A Coreia do Sul, por exemplo, alcançou o controle da epidemia adotando uma política rigorosa de testes diagnósticos para Covid-19, isolamento de casos e amplo rastreamento de contatos. Após ter uma resposta significativa de redução de casos e óbitos, com flexibilização das restrições no início de maio, teve a confirmação de aumento do número de novos casos em setores da economia. Esta situação demandou revisão do processo de flexibilização daquele país", cita.

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Conforme a carta aberta, publicada na última quinta-feira, 27, a faculdade reconhece os esforços empreendidos pelo poder público do Estado do Ceará e dos municípios no enfrentamento à pandemia e considera o "grave impacto socioeconômico" das medidas de isolamento.

A entidade ressalta a necessidade de observação sistemática dos indicadores nas próximas semanas. "Com manutenção das medidas de distanciamento social, até que haja confirmação de alcance de um eventual plateau na curva epidêmica no município e do próprio estado", diz. Isso leva em consideração a verificação "preliminar" de redução da intensidade da epidemia por Covid-19 em Fortaleza após a adoção do distanciamento social rígido no dia 8 de maio, junto a outras medidas de controle de mobilidade social.

No texto, a diretoria da Famed alerta para a situação fora da Capital, onde a "morbimortalidade por Covid-19 além de elevada e crescente, apresenta um padrão desigual de ocorrência entre os municípios do estado, indicando provavelmente momentos diferenciados de curva epidêmica, assim como respostas desiguais da gestão e de desempenho da rede de atenção do SUS".

O documento cita recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para que o processo de flexibilização das medidas de distanciamento social seja implementado. Dentre eles, a transmissão da infecção estar sob controle, com redução sustentada do número de novos casos e óbitos; o sistema de saúde ter a capacidade de detectar, testar, isolar e tratar adequadamente.

 

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