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Bate-Pronto com Régis Medeiros
Reportagem

Bate-Pronto com Régis Medeiros

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Tipo Notícia
Régis Medeiros defenda que haja uma política pública federal para fomentar, facilitar e desonerar a atração de aéreas para o País (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Régis Medeiros defenda que haja uma política pública federal para fomentar, facilitar e desonerar a atração de aéreas para o País

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, projeta reabertura dos negócios em julho próximo e acredita numa recuperação econômica a partir deste ano. Ao O POVO, ele falou sobre as dificuldades do setor em meio à pandemia e como deverá ocorrer a retomada.


O POVO - Como o setor hoteleiro está enfrentando a crise causada pelo novo coronavírus?

Régis Medeiros - A maioria dos hotéis fechou em razão da baixa demanda. Os que abriram tiveram taxa de ocupação de 0% a 6%. Não estamos no decreto estadual, mas os fechamentos foram ocorrendo de acordo com os de outros setores e, por volta de 27 de março, todos já estavam praticamente fechados.

OP - Quais os critérios para a decisão de reabertura e qual a previsão disto acontecer?

Régis - A maioria dos hotéis pensa em abrir entre os meses de julho e agosto. Uma parte deve abrir em julho e outros 50% em agosto. Nós dependemos de toda a cadeia produtiva para essa decisão, não adianta uma reabertura quando há restaurantes e bares fechados e todos outros empreendimentos ligados à cadeia. Beach Park deve abrir em julho e isso puxará o retorno de alguns, pois é um importante equipamento para o turismo local. No entanto, também dependemos muito das companhias aéreas e das operadores de turismo. Portanto, não tenho como determinar uma data e garantir quantos voltarão. Mas, na medida que os voos voltarem com mais força e outros setores, isso vai acontecendo. Acredito que a partir de 20 de julho.

OP - Ao reabrir, já será possível o segmento recuperar os prejuízos provocados pela crise ou essa reparação virá somente a partir de 2021?

Régis - Ainda temos um resto de ano, sou otimista. O retorno se dará paulatinamente e acredito que será menos lento do que tem se projetado. Claro, considerando que não teremos uma segunda onda, acredito que, de agosto para frente, teremos avanços. Mas não sei afirmar, por exemplo, se teremos um Réveillon. Tudo é incerto e ainda dependemos de uma vacina e até lá não existirá uma total normalidade.

OP - Mas como será essa retomada e quais segmentos devem sair mais rápido da crise no Ceará?

Régis - Acredito que todos os ramos hoteleiros vão caminhar lado a lado. Pessoas poderão se sentir mais seguras em hotéis de mais luxuosos, assim terão os que vão focar no custo mais baixo. Os hotéis de praia deverão ter uma recuperação mais rápida por serem mais ventilados e abertos. Na outra ponta, o turismo de eventos deve demorar um pouco mais. Já o de negócios, vejo um retorno rápido porque as pessoas precisam fechar contratos, fazer acordos etc. Uma pesquisa da CVC mostra que 86% das pessoas consultadas pretendem fazer viagens nacionais, reduzindo as internacionais. Desses 85%, o Ceará está entre os tops cinco dos destinos e as praias estão como prioridade para eles. Ou seja, temos boas projeções e sou bastante otimista desse retomada.

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